Com cerca de 30 centímetros de largura e composto por ferro-níquel, este é o novo “rochedo” descoberto pelo rover Curiosity que continua a explorar a superfície de Marte. Trata-se de uma rocha que embateu no planeta vermelho, tratando-se de um meteorito. Ao longo dos anos, o rover descobriu outras rochas semelhantes e a mais recente foi batizada de “Cacao”.
Até agora a dúvida era se a rocha, que estava “fora do lugar”, tinha vindo de outro lugar do planeta. Esta destoa dos tons de outras que se encontram no local e poderia ter sofrido com as alterações da atmosfera de Marte. A outra teoria, mais provável, era ser mesmo um meteorito, o que acabou por se confirmar.
Para estudar o Cacao, os cientistas capturaram muitas imagens, utilizado as Mastcams estéreo do rover, para a comparar com outra rocha negra por perto, chamada “Gavidia”. Foi ainda utilizada a CCAM LIBS na observação de um outro exemplar, a “Maroa”, uma rocha cinzenta mais clara, neste mesmo local. A equipa procedeu às observações de mais rochas, em diferentes Sols (dias marcianos), como explicou na semana passada no blog da NASA.
A confirmação chegou hoje em mensagem do Twitter, “Rock. Rock. Rock. Rock. Rock. Rock. METEORITE!” A NASA diz que não se trata da primeira vez que “tropeça” em meteoritos. Em 2016 encontrou um que foi batizado de “Egg Rock” e tem o tamanho de uma bola de golfe. Antes disso, em 2014, encontrou um com 2,1 metros, o qual chamou de “Lebanon”.
Veja na galeria as imagens dos meteoritos encontrados em Marte:
Ainda sobre Marte, o outro rover da NASA, o Perseverance, completou o depósito de amostras, prontinhas para enviar para a Terra. São 10 tubos com amostras da variedade geológica marciana que vão ser enviadas para a Terra. O rover demorou menos de seis semanas a completar a missão de construir o depósito de amostras, que serão depois recolhidas pela futura missão da NASA/ESA, para as trazer para a Terra. A NASA já tinha mostrado o braço robótico (Sample Transfer Arm) que vai recolher as amostras.
O transporte das amostras vai acontecer em várias etapas e a ESA explicou que o STA é um braço robótico concebido para ser autónomo e robusto, sendo capaz de realizar um vasto conjunto de movimentos. Além de ser guiado por duas câmaras e vários sensores, o braço conta com uma espécie de “garra” desenhada para apanhar os tubos de amostras.
As amostras serão colocadas num compartimento do Mars Ascent Vehicle, transportado pelo Sample Retrieval Lander. O Mars Ascent Vehicle seguirá rumo ao Espaço onde lançará o conjunto de amostras na órbita marciana.
O Earth Return Obiter da ESA apanhará depois o contentor que contém as amostras e será responsável por trazê-lo de volta para a Terra. Se tudo correr como planeado, as amostras de solo marciano chegarão ao nosso planeta daqui a uma década, em 2033.
De salientar que cada amostra foi guardada em pares, sendo que metade vai permanecer guardado no depósito conhecido como Three Forks, na Cratera de Jazero, que ficam como backup. A outra metade vai permanecer no interior do próprio rover Perseverance, até estabelecer contacto com a missão de recolha. O rover tem ainda no seu depósito aquilo que chama de uma amostra atmosférica, conhecido como “tubo de testemunha”, que será utilizado para determinar se as amostras recolhidas terão sido contaminadas com materiais que viajaram com o rover da Terra.
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