Depois de um Verão marcado pela subida a pique das temperaturas e por incêndios, incluindo em Portugal, o sul da Europa voltou a ser afetado, desta vez, por cheias, em países como a Grécia, Bulgária e Espanha. Imagens captadas por satélites, como os da rede europeia Copernicus, dão conta da evolução da crise e da extensão dos estragos causados.
Além do sul da Europa, o norte de África também foi afetado por novas crises. Depois do terramoto em Marrocos, cheias na Líbia deixaram um cenário de destruição no país, com milhares de mortos e feridos, assim como casas e infraestruturas destruídas.
O serviço de gestão de emergências da rede europeia Copernicus foi um dos que estiveram ativamente envolvidos na resposta às crises que afetaram o sul da Europa e o norte de África, das cheias na Grécia, Bulgária, Espanha e Líbia ao terremoto em Marrocos, indica a entidade através da rede social X (antes Twitter).
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No início de setembro, chuvas torrenciais afetaram as zonas mais centrais da Grécia, causando cheias que submergiram casas e que transformaram as estradas em rios.
De acordo com informação avançada pela NASA, a 5 de setembro, a região de Tessália registou níveis recorde de precipitação. Só na vila de Zagora os níveis de precipitação atingiram a marca dos 754 milímetros. Por comparação, a cidade de Atenas regista uma média de 400 milímetros por ano.
No vídeo que se segue, partilhado pelo The Weather Channel e com imagens captadas pelos satélites da norte-americana Maxar Technologies, é possível ver o antes e depois das cheias em várias regiões gregas afetadas.
Veja o vídeo
Além da Grécia, as chuvas torrenciais que caracterizaram a passagem da tempestade Daniel também afetaram partes da Bulgária e da Turquia. Mas, à medida que foi percorrendo o mar mediterrânico rumo à Líbia, a tempestade acabou por ganhar características semelhantes à de um ciclone tropical, num fenómeno conhecido como “medicane”, explica a NASA.
Na Líbia, as chuvas torrenciais começaram a afetar o país a 10 de setembro. Só a cidade costeira de Derna registou mais de 100 milímetros de chuva. Os níveis de precipitação ultrapassaram aqueles que são habitualmente registados durante o mês de setembro na região, que não costumam ir além da média de 1,5 milímetros.
As chuvas torrenciais provocaram o colapso de duas barragens ao longo do vale onde a cidade de Derna se encontra, causando, por sua vez, inundações. Derma, onde se estima que habitam 90.000 pessoas, foi uma das cidades mais fortemente afetadas pelo fenómeno.
Ainda existem incertezas quanto ao número total de mortos causados pelas cheias na Líbia. Como avança a Aljazeera, inicialmente, a Agência das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) tinha anunciado que 11.300 pessoas tinham morrido, com 10.000 desaparecidos em Derna e ainda mais 170 falecimentos na região leste da Líbia. A agência acabou por rever os dados, citando informação da Organização Mundial de Saúde, apontando para 3.958 mortos e mais de 9.000 desaparecidos, mas acredita-se que estes números possam ser mais elevados.
As cheias na Líbia, agravadas pela falta de medidas eficazes de prevenção e resposta a desastres e pela situação política complicada, já são consideradas das mais mortíferas dos últimos 30 anos, numa lista onde se incluem casos igualmente provocados por tempestades, mas também por tsunamis, como apontam dados compilados pela Statista e que pode ver na infografia que se segue.
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