A Solar Orbiter acaba de atingir a maior aproximação ao Sol na sua órbita em forma de ovo, estando a apenas de 44 milhões de quilómetros do Astro-Rei. Nos últimos dias e nos próximos, tem por isso todos os seus dez instrumentos científicos em alerta máximo, num momento que vai coincidir com o eclipse solar total de 8 de abril.
A sonda vai estar em posição de observar o Sol de lado, o que contrasta com a perspetiva “de frente” a partir da Terra. Mais especificamente, isto significa as estruturas da coroa (a atmosfera exterior do Sol) que vemos no lado direito do Astro-Rei serão a parte vista diretamente de frente pela Solar Orbiter.
Na galeria pode ver algumas imagens já captadas pela Solar Orbiter
Duas vezes em cada órbita - ou seja, aproximadamente quatro vezes por ano - a sonda faz esse ângulo de 90 graus com a Terra enquanto “olha” para o Sol. Durante estes momentos, a equipa da Solar Orbiter pode fazer “vigilância de erupções”, em que monitoriza o Astro-Rei em busca de explosões de material em direção à Terra, explica a ESA.
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E é uma dessas campanhas de observação que irá suceder de 7 a 9 de abril próximos, com a mais valia de acontecer durante um eclipse solar total.
Eclipse solar total visível nos Estados Unidos e México
O facto de o Sol ser precisamente 400 vezes maior do que a Lua e também 400 vezes mais distante é uma coincidência cósmica notável. O resultado é que o satélite natural acaba por bloquear toda a face do Astro-Rei quando passa à sua frente num eclipse total, “cobrindo nem mais nem menos”, nota a ESA.
O fenómeno permite ver a fina coroa do Sol, fascinante por muitos motivos, inclusive porque se acredita que seja a origem do vento solar. Embora superquente, a coroa é também muito ténue e, por isso, acaba abafada pela superfície ofuscantemente brilhante do Sol.
Para poder estudar a coroa do Sol, a Solar Orbiter cria seu próprio eclipse artificial, com a ajuda de um coronógrafo, um instrumento especializado projetado para bloquear a luz do Sol.
Denominado Metis, este cronógrafo utiliza um espelho para refletir a luz da superfície do Sol de volta ao espaço e obter imagens apenas da coroa circundante em luz visível e ultravioleta. Quanto maior a distância entre o disco bloqueador de luz e a câmara que fotografa a coroa, menos luz será espalhada ao redor do coronógrafo e melhor será a visão.
A ESA tem um preparação a missão de precisão Proba-3, que colocará um coronógrafo definitivo de serviço no espaço. O projeto consiste em posicionar duas naves espaciais separadas que trabalharão em conjunto, uma para bloquear a luz solar e a outra para observar a coroa solar mais perto do que nunca.
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“O principal objetivo da Proba-3 é testar novas tecnologias e técnicas. Mas se funcionar, podemos esperar descobertas emocionantes sobre o Sol, que complementariam as observações da Solar Orbiter”, sublinha a ESA.
A missão é explicada num vídeo
Com lançamento previsto para o final de 2024, a Proba-3 vai ter os instrumentos científicos que levará na viagem testados durante o eclipse solar total “real”, em terras mexicanas, para garantir que tudo funciona quando tiver de criar eclipses artificiais no espaço.
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