Já se sabe que a destruição da Estação Espacial Internacional vai acontecer por volta de 2030, mas havia dúvidas quanto à continuidade da Rússia na parceria que é mantida por vários países, depois do atual chefe da Agência Espacial Russa, Roscosmos, Yuri Borissov, ter avançado o próximo ano como data limite para a participação, a dada altura. Depois de meses de rumores, a confirmação chegou esta quinta-feira.
A Rússia terá concordado em manter o apoio à ISS até 2028, segundo avançou a NASA, juntando-se aos outros parceiros que já tinham assumido o compromisso com a extensão das operações da estação, como a Agência Espacial Europeia, o Canada ou o Japão.
Salvo alguma grande contrariedade que possa surgir, o acordo significa que a ISS vai hospedar tripulações de astronautas até ao início do processo de destruição da morada espacial, que está previsto para 2031.
“A Estação Espacial Internacional é uma parceria incrível com um objetivo comum para o avanço da ciência e da exploração”, afirmou Robyn Gatens, da NASA, citado pela imprensa internacional.
“Prolongar o tempo a bordo desta incrível plataforma permite-nos colher os benefícios de mais de duas décadas de experiências científicas e demonstrações tecnológicas, além de continuar a materializar descobertas ainda maiores que estão para vir”.
A ISS fez a sua “estreia” no final de 1998, quando começou a ser construída através de diversos lançamentos que carregaram as suas partes e as montaram já em órbita. Os maiores módulos e outras peças foram entregues em 42 voos, 37 em naves sob responsabilidade dos EUA e cinco através dos foguetões russos Proton/Soyuz.
Em novembro de 2000 chegavam os seus primeiros habitantes e, desde essa altura, a ISS nunca mais ficou sozinha - embora tenha chegado a estar sob ameaça disso…
Viaja a uma velocidade de cinco milhas por segundo (cerca de 8km/s), orbitando a Terra a cada 90 minutos. Isto quer dizer que em 24 horas a ISS faz 16 órbitas, “assistindo” a 16 nascer e pôr-do-sol. É possível “ligar” seis naves de uma vez à ISS e as viagens desde a Terra dessas naves são normalmente feitas em seis horas, apesar de já existir um recorde para metade do tempo, ou seja, de três horas. Até ao momento, já acolheu 266 pessoas, de 20 países.
Durante as estadias, que geralmente duram cerca de seis meses, os tripulantes usam as condições únicas de microgravidade para realizarem experiências científicas em várias áreas de investigação, assim como demonstrações de tecnologia.
Clique nas imagens para conhecer algumas das experiências conduzidas a bordo da ISS
Entretanto a estação começou a mostrar a sua idade e decidiu-se que seria desativada no final da década. O período de tempo pelo meio vai permitir uma transição gradual dos trabalhos que têm vindo a ser desenvolvidos para as futuras estações espaciais que vierem a ser operadas comercialmente, referiu na altura a NASA.
As “justificações” e elogios àquela que vai continuar a ser a “casa” dos astronautas norte-americanos - e não só - até 2030 foram resumidos num vídeo com cerca de dois minutos.
De acordo com os planos apresentados há pouco mais de um ano, depois de ser descontinuada a ISS não se vai transformar em mais um “fantasma” a vaguear pelo espaço: vai regressar à Terra, com uma queda planeada dos destroços no Oceano Pacífico.
O local exato escolhido leva o nome de Point Nemo, uma área afastada da costa que é conhecida como “cemitério espacial”, uma vez que costuma ser utilizado para acomodar os destroços de satélites e outro lixo espacial.
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