O departamento de Inteligência Artificial do Facebook (Facebook AI) e o centro médico de pesquisa NYU Langone Health revelam que, através de IA, é possível gerar ressonâncias magnéticas detalhadas e usando cerca de um quarto dos dados brutos necessários tradicionalmente. Uma vez que são precisos menos dados, as imagens por ressonância magnética podem ser executadas quase 4 vezes mais rapidamente.
Num estudo publicado na revista científica American Journal of Roentgenology, um grupo de radiologistas analisou dois conjuntos de ressonâncias magnéticas dos joelhos de 108 pacientes anónimos. Um deles foi realizado tradicionalmente e o outro do modelo de IA FastMRI.
Os especialistas concluíram que não existiram diferenças significativas nas avaliações dos radiologistas, que encontraram as mesmas anormalidades e patologias, independentemente de estarem a examinar as ressonâncias magnéticas padrão ou as geradas por IA.
“Este estudo é um passo importante para a aceitação clínica e utilização de exames de ressonância magnética gerados por IA, porque demonstra pela primeira vez que as imagens geradas por IA são, no essencial, indistinguíveis dos exames padrão e são intercambiáveis em relação à precisão do diagnóstico,” explica o Dr. Michael P. Recht, professor e presidente do departamento de radiologia da NYU Langone.
Como funciona o modelo de IA?
As ressonâncias magnéticas recolhem uma sequência de dados brutos através de um scanner e, de seguida, usam uma técnica matemática para gerar imagens. O FastMRI, que está a ser desenvolvido pelo Facebook AI e pela NYU Langone Health há cerca de dois anos, funciona de uma forma diferente: o modelo de IA foi concebido para criar imagens que correspondem à realidade com muito menos dados.
O desafio é conseguir fazer com que a rede neural consiga gerar imagens completas e que correspondam à realidade. A ausência de alguns pixels ou uma modelação incorreta pode significar a diferença entre uma imagem clara e uma em que os radiologistas não conseguem perceber se encontraram um ligamento rompido ou um tumor. O modelo de IA também deve ser capaz de criar imagens que sejam visualmente indistinguíveis das imagens tradicionais de ressonância magnética.
Os especialistas explicam que, durante exame de ressonância magnética, a captação de dados brutos pode levar até uma hora. Ao acelerar o processo através de IA, é possível encurtar o tempo que os pacientes passam dentro de um tubo de indução.
A descoberta pode tornar a experiência menos desconfortável para crianças ou pessoas com condições médicas graves. A utilização de IA possibilita ainda um acesso mais facilitado às ressonâncias magnéticas, surgindo como uma alternativa aos raios-X e às tomografias, evitando a exposição dos pacientes a radiação ionizante.
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