A inteligência artificial tem o potencial para transformar o sector da saúde e, na mais recente edição do evento The Check Up, a Google deu a conhecer o progresso que tem vindo a fazer nesta área: de novas formas de treinar modelos a investigações sobre a aplicação da tecnologia.

Para ajudar os profissionais a ganharem um melhor entendimento da saúde de uma pessoa é necessário o desenvolvimento de uma tecnologia que seja capaz de compreender um vasto conjunto de dados, de imagens radiológicas a resultados laboratoriais.

É por esse motivo que a Google está a trazer novas capacidades aos seus modelos. Uma das novidades recentemente apresentadas é o MedLM para o Raio-X ao Tórax, que já está disponível em preview experimental na Google Cloud.

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A empresa realça que os Raio-X ao Tórax são exames essenciais na detecção de doenças pulmonares e cardíacas. Segundo a Google, esta versão do MedLM tem o potencial para ajudar a transformar os fluxos de trabalho na radiologia, em particular, na na classificação dos Raio-X ao Tórax para uma variedade de casos de uso.

Estima-se que 30% do volume de dados mundial é gerado pela indústria da Saúde, num indicador que está a crescer 36% ao ano. A par das grandes quantidades de texto, imagens, áudio e vídeo, em muitos casos, a informação importante sobre o historial dos pacientes fica arquivada, dificultando a rápida localização dos dados relevantes.

Para dar resposta a este problema, está a ser desenvolvida uma versão do modelo de IA Gemini adaptada para o domínio médico, que, de acordo com a Google, poderá trazer novas capacidades de raciocínio avançado e de processamento multimodal.

Mas não é tudo: a área de investigação da Google juntou-se à Fitbit para desenvolver um modelo de linguagem de grande escala (LLM, na sigla em inglês) de saúde pessoal. O modelo será capaz de “alimentar” funcionalidades personalizadas de saúde e bem-estar na app da Fitbit.

A tecnológica realça que o modelo, que está a ser desenvolvido com base nos modelos Gemini, está a ser ajustado para potenciar capacidades de coaching que podem ser personalizadas consoante as metas de saúde e bem-estar dos utilizadores.

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Ainda no início do ano, os investigadores da Google DeepMind apresentaram uma proposta para um LLM chamado AMIE (Articulate Medical Intelligence Explorer), que será capaz de receber informação sobre pacientes e apresentar diagnósticos, servindo como um assistente aos profissionais de saúde durante as consultas. Os investigadores exploraram o desempenho do modelo ao simular consultas com pacientes baseadas em texto.

A Google indica que, em comparação com o mesmo tipo de consultas realizadas por profissionais de saúde, o AMIE obteve uma classificação superior ou igual em questões como precisão de diagnóstico, empatia e explicação útil. gora, a tecnológica pretende testar este processo com uma organização de saúde para verificar a sua utilidade para os médicos e pacientes.