A Neuralink está a desenvolver a sua tecnologia de implantes que prometem ligar o cérebro diretamente a um computador para ajudar, por exemplo, pessoas com condições como paralisia ou com deficiências visuais a recuperarem capacidades perdidas.
No início de 2022, a empresa de Elon Musk terá submetido um pedido junto da reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) para poder testar a tecnologia em humanos. No entanto, como revela uma nova investigação, o pedido foi rejeitado.
De acordo com informação avançada pela Reuters, que contactou sete funcionários da Neuralink, entre atuais e antigos trabalhadores, na altura, a rejeição foi motivada por um conjunto de problemas sérios apontados pela FDA que precisavam de ser resolvidos antes que a empresa pudesse avançar para a fase de testes da tecnologia em humanos.
Para a reguladora, a bateria de lítio proposta pela Neuralink, que, segundo a empresa, poderá ser carregada remotamente, apresenta-se como uma das grandes questões problemáticas.
A possibilidade de os fios integrados no implante migrarem para outras zonas do cérebro foi outra das preocupações apontadas pela FDA. Além disso, a reguladora manifestou receios quanto ao processo de remoção do implante, questionando se o mesmo poderia ser removido sem danificar tecido cerebral.
Clique nas imagens para recordar a mais recente apresentação da Neuralink
Ainda em novembro do ano passado, durante uma apresentação da Neuralink, Elon Musk deu a conhecer que as conversações com a FDA estavam a decorrer e que a empresa, que esperava começar a fazer testes clínicos com humanos num prazo de seis meses, tinha submetido grande parte da documentação necessária.
Na altura, a empresa revelou também que continuava a fazer testes em animais e, depois de ter mostrado macacos a jogar Pong telepaticamente no ano passado, a empresa revela que, através dos seus implantes, conseguiu pôr macacos a “escrever” frases usando a mente.
A par das preocupações da FDA, recorde-se que, em dezembro do ano passado, a empresa de Elon Musk terá sido investigada por alegados abusos nas experiências com animais.
A Neuralink não é a única a querer utilizar a tecnologia de implantes cerebrais. A "rival" Synchron conseguiu a aprovação da FDA para fazer testes em humanos em julho de 2021 e, um ano depois, a empresa colocou o seu primeiro implante cerebral humano nos Estados Unidos.
Além dos testes realizados nos Estados Unidos, a Synchron tem vindo a testar a sua tecnologia junto de voluntários na Austrália, que estão a usar o sistema para controlar dispositivos digitais, incluindo equipamentos da Apple como o iPhone ou iPad.
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