Foi “registado” como GJ 1132 b, já era conhecido da comunidade científica e a teoria é que tenha começado a sua vida como um mundo gasoso. Inicialmente com várias vezes o diâmetro da Terra, acredita-se que este "sub-Neptuno" perdeu a sua atmosfera original devido à intensa radiação da jovem estrela quente que orbita.
Perante o cenário descrito, era expectável que num curto período de tempo, tal planeta ficasse reduzido a um núcleo vazio do tamanho da Terra. Só que não…
Para surpresa dos astrónomos, o telescópio espacial Hubble encontrou uma atmosfera que, segundo julgam, é uma segunda atmosfera e não a “original”. Combinando as observações diretas e modelagem computacional, a equipa por detrás da descoberta relata que a atmosfera é rica em hidrogénio molecular, cianeto de hidrogénio, metano e névoa de aerossóis.
Teoriza-se que o hidrogénio original foi absorvido pelo manto de magma derretido do planeta e que agora está a ser lentamente libertado através de fissuras vulcânicas, para formar uma nova atmosfera. “A questão é: o que mantém o manto quente o suficiente para permanecer líquido e alimentar a atividade vulcânica”, pergunta Mark Swain, autor principal do estudo, publicado no The Astronomical Journal.
“Esta segunda atmosfera vem da superfície e do interior do planeta e, portanto, é uma janela para a geologia de outro mundo”, considera por sua vez o colega de equipa Paul Rimmer. “Vai ser necessário muito mais trabalho para a examinar adequadamente, mas a descoberta desta janela é de grande importância”, acrescenta.
Embora a 41 anos-luz de distância, o GJ 1132 b e a Terra têm várias semelhanças, como a densidade, o tamanho e a idade aproximada – ambos têm cerca de 4,5 mil milhões de anos. Os dois terão começado com uma atmosfera dominada por hidrogénio e eram quentes antes de se tornarem frios. Além disso, poderão ter uma pressão atmosférica semelhante na superfície.
As suas histórias de formação são, no entanto, profundamente diferentes: não se acredita que a Terra seja o núcleo sobrevivente de um sub-Neptuno e enquanto o planeta azul orbita a uma distância confortável do Sol, o GJ 1132 b está tão perto da sua estrela anã vermelha hospedeira que completa uma órbita em seu redor a cada dia e meio.
A equipa espera reunir mais informação sobre o exoplaneta GJ 1132 b com a visão de infravermelhos do telescópio espacial James Webb da NASA, que deve ser lançado em outubro deste ano.
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