![Solar Orbiter da ESA prepara-se para um “encontro” único com o cometa Atlas](/assets/img/blank.png)
A Solar Orbiter partiu à descoberta dos mistérios do Sol em fevereiro deste ano e levou tecnologia portuguesa a bordo. Apesar de a pandemia de COVID-19 ter obrigado a ESA a colocar a recolha de dados em pausa, os cientistas e engenheiros da Agência Espacial estão a reunir esforços para acompanhar um evento único: a sonda prepara-se para passar pela cauda do cometa Atlas.
A ESA explica que a passagem pela cauda de um cometa é algo raro e o evento costuma ser detetado só depois de uma missão ter sido realizada. Ao todo, apenas seis equipamentos espaciais conseguiram fazê-lo. O caso da Solar Orbiter é diferente, pois os cientistas conseguiram identificar de antemão que a rota da sonda iria coincidir com a do cometa.
A descoberta foi feita por Geraint Jones, investigador do UCL Mullard Space Science Laboratory no Reino Unido. No início de maio, Geraint Jones deu conta que a Solar Orbiter estaria a 44 milhões de quilómetros do Atlas.
A sonda da ESA está equipada com vários instrumentos que permitem analisar o fluxo de partículas que o sol liberta para o Espaço, conhecido como o vento solar. Os equipamentos também permitem estudar a composição das partículas que compõem a cauda do cometa.
![Que mistérios esconde o cometa Atlas Que mistérios esconde o cometa Atlas](/assets/img/blank.png)
Os cientistas indicam que a passagem pela cauda de iões do Atlas acontecerá entre 31 de maio e 1 de junho e, se for suficientemente densa, o magnetómetro da sonda poderá detetar a variação do campo magnético interplanetário. A Solar Orbiter atravessará também a cauda de poeira do cometa a 6 de junho.
Contudo, a ESA elucida que a ocasião única poderá trazer algumas imprecisões na recolha de dados. Dependendo da densidade da cauda de poeira do Atlas existe a possibilidade de alguns grãos atingirem a sonda a altas velocidades. Embora não consigam causar estragos na Solar Orbiter, as partículas são vaporizadas devido ao impacto, formando pequenas nuvens de plasma que podem ser detetadas pelos instrumentos da sonda.
![Imagem do cometa Atlas captada pelo telescópio Hubble Imagem do cometa Atlas captada pelo telescópio Hubble](/assets/img/blank.png)
Outro dos desafios relaciona-se com o estado do cometa Atlas, descoberto em dezembro de 2019. Os especialistas tinham esperança de que fosse possível avistá-lo, mas, em abril, o cometa fragmentou-se e sua luz está a desvanecer, dificultando a tarefa à Solar Orbiter.
“Aprendemos cada vez mais a cada encontro com um cometa. Se a Solar Orbiter conseguir detetar a presença do Atlas, ficaremos a conhecer mais acerca da forma como estes objetos espaciais interagem com os ventos solares”, detalha Geraint Jones. O investigador indica ainda que todas as missões que se encontram com come1tas adicionam uma nova peça ao “puzzle” que a comunidade científica está a construir.
A Solar Orbiter será a primeira sonda europeia a entrar na órbita de Mercúrio e estará a 42 milhões de quilómetros do Sol na sua maior aproximação. A combinação de instrumentos científicos que traz a bordo permitirá recolher mais informação acerca da atividade e dos ciclos solares.
A sonda vai trabalhar em conjunto com a sonda Parker da NASA, em órbita desde agosto de 2018. O equipamento já reuniu uma quantidade considerável de dados acerca dos anéis de poeira, dos campos magnéticos e dos ventos solares e algumas das informações recolhidas estiveram na base de quatro estudos científicos publicados na revista Nature.
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