A sonda já tinha conquistado o seu lugar na lista de feitos históricos ao voar através da coroa solar, em 2021, enfrentando o calor extremo e a radiação do Sol e garantindo aos cientistas acesso a dados inéditos da única estrela que é possível observar de perto a partir da Terra. Agora dá mais um passo para conseguir novos dados.

Amanhã, 24 de dezembro, a Parker Solar vai estar a apenas 6 milhões de quilómetros da superfície do Sol, tornando-se o objeto mais próximo de sempre da estrela central do nosso sistema solar. Para isso terá de passar os desafios da atmosfera do Sol antes de conseguir o novo recorde, colocando à prova o escudo de calor com mais de 1.370 graus celsius de temperatura.

Os cientistas só vão saber se a missão foi bem sucedida alguns dias depois, na sexta feira dia 27 de dezembro, quando recuperar a capacidade de comunicação e enviar uma mensagem sobre o seu estado de saúde.

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A hora prevista para o ponto de maior aproximação ao sol é as 6h53, horário padrão do leste dos Estados Unidos, o que corresponde às 11h53 em Portugal (GMT) e vai ser acompanhada pela NASA a partir de Washington e do Johns Hopkins Applied Physics Laboratory em Maryland.

"Nenhum objeto feito pelo homem passou tão perto de uma estrela, pelo que a Parker irá realmente devolver dados de um território desconhecido", explica Nick Pinkine, gestor de operações da missão Parker Solar Probe na APL. "Estamos entusiasmados por receber notícias da sonda quando esta girar em torno do Sol".

Veja o vídeo que explica como a sonda se vai aproximar do Sol 

A Parker Solar vai continuar a orbitar o Sol até setembro, mas a maior distância, para explorara a forma como o vento solar é ecelerado, e os efeitos potenciais para a Terra e a perturbação das comunicações, oferecendo ainda uma nova visão sobre as auroras boreais. A sonda orbitará o Sol num total de 24 vezes durante a missão.

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Desde que foi lançada, tem feito múltiplos voos orbitais e tem usado a força gravitacional de Vénus para ajustar a sua trajetória e alcançar o Sol de forma gradual. Com o objetivo de chegar à coroa solar - a atmosfera superior do Sol -, recolhe observações valiosas sobre o vento solar e outros fenómenos que têm impacto direto na Terra.

Uma descoberta notável surgiu das manobras da Parker com Vénus, graças ao Wide-Field Imager for Parker Solar Probe (WISPR). Durante um sobrevoo a 11 de julho de 2020, o WISPR captou imagens de Vénus que mostraram algo inesperado: o instrumento conseguiu ver através da densa camada de nuvens da atmosfera do planeta, revelando o seu solo, que brilha no infravermelho devido ao intenso calor, de cerca de 465 °C.