A artista robótica Ai-Da tinha uma exposição agendada para decorrer no Egipto, junto das pirâmides, mas tanto a máquina como o seu escultor humano, Aidan Meller, foram detidos por suspeitas de espionagem.

As autoridades locais começaram a suspeitar do par depois de terem constatado que a Ai-Da tinha câmaras instaladas nos olhos e um modem interno. Ao The Guardian, Meller afirmou que podia remover o modem, mas que era impossível retirar-lhe os olhos, uma vez que a robot necessita destas para criar a sua arte.

A robot, desenvolvida em 2019, viaja numa num estojo personalizado e permaneceu retida na alfândega durante uma semana e meia, até poucas horas antes da exposição ter início.

Ai-Da vai participar na exposição Forever is Now, que vai decorrer até ao dia 7 de novembro. A exposição conta com obras de vários artistas egípcios, bem como de outros artistas internacionais. O evento é uma iniciativa dos ministérios dos negócios estrangeiros e antiguidades e turismo em conjunto com a empresa privada Art D'Égypte.

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"Ela é uma artista robótica, temos de ser claros. Não é uma espiã", afirmou Meller. "As pessoas têm medo dos robots e eu percebo isso. Mas toda a situação é irónica porque o objetivo da Ai-Da é destacar e alertar as pessoas para os abusos do desenvolvimento tecnológico e ela está detida porque é tecnologia. A Ai-Da apreciaria a ironia, acho".

Ai-Da é um nome inspirado numa das pioneiras da computação, Ada Lovelace, conhecida por ser a primeira pessoa a escrever um algoritmo pensado para ser processado por uma máquina.

A robot humanoide foi desenvolvida ao longo de dois anos pela britânica Engineered Arts, contando com uma equipa de programadores e de especialistas em robótica, arte e psicologia. O projeto envolveu milhões de dólares e é atualizado à medida que a tecnologia melhora. Uma das obras mais populares da robot é um auto-retrato e pode ver-se na imagem de destaque deste artigo.

Clique nas imagens para mais detalhes sobre a Ai-Da