A Associação Nacional para o Software Livre (ANSOL) vai propor ao Governo a criação e distribuição de um pacote de software livre, em português, entre as escolas, câmaras municipais e PMEs, em resposta aos recentes acordos de formação em TI assinados com a Microsoft.



Segundo João Miguel Neves da ANSOL, em declarações ao TeK, a proposta já existia há algum tempo e deveria ter sido apresentada ao executivo anterior, mas as mudanças políticas acabaram por atrasar o processo.



A organização "oferece-se" agora para colaborar com o actual Governo "numa acção que eleve o nível tecnológico dos Portugueses, no espírito do Plano Tecnológico e do programa Ligar Portugal", pretendendo desta forma "contribuir para facilitar o acesso das Tecnologias da Informação à generalidade da população portuguesa, evitando os gastos de centenas de milhões de euros em software, refere a ANSOL na sua newsletter.



A ANSOL propõe que a futura colaboração com o Governo português contemple duas opções. Uma opção será um pacote de produtividade, correio electrónico e acesso à Internet para o sistema operativo Windows, enquanto a segunda opção terá por base o sistema operativo GNU/Linux, incluindo os pacotes referidos anteriormente e outros.



A ANSOL defende igualmente a utilização gradual de aplicações open source pelos serviços do Estado propondo que as poupanças em software daqui resultantes sejam utilizadas para acções de formação promovidas pelas escolas, Câmaras Municipais e associações empresariais.



"A adopção de software livre pelo Estado permitirá efectuar poupanças anuais de várias dezenas de milhões de euros, o que permitirá não só financiar acções de formação tecnológica para os portugueses, como reduzir as despesas públicas", defende a ANSOL na newsletter. A associação chega mesmo a oferecer os seus préstimos ao Governo português no cálculo exacto das poupanças que se poderão realizar deste modo.



A ANSOL considera que a competitividade só terá a ganhar com a sua proposta. "Traz liberdade de escolha aos portugueses e permite
que muitas empresas possam nascer neste novo eco-sistema, que assenta
num pilar da Ciência: a partilha do Conhecimento", remata.



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