Em 2023 a NOVA IMS começou a integrar as tecnologias e ferramentas de Inteligência Artificial generativa na prática académica, fazendo uma parceria com a Microsoft que foi pioneira a nível nacional. Numa altura em que está a arrancar o novo ano académico, Manuela Aparício, sub diretora para o ensino e Presidente do Conselho Pedagógico da NOVA IMS, faz um balanço positivo e defende que estas práticas deviam ser aprofundadas no ensino superior mas também nos ciclos escolares anteriores.
“A utilização das ferramentas de IA generativa permitiu alavancar a aprendizagem dos alunos e abriu novas possibilidades para os professores inovarem na pedagogia e na forma como dão as suas aulas”, explica Manuela Aparício. O acesso às ferramentas, num ambiente criado para a NOVA IMS, foi acompanhado de uma abordagem pedagógica e de boas práticas, assim como de formação aos professores e alunos para a forma de tirarem partido da tecnologia. Na escola há muitas unidades curriculares a usar as ferramentas, mas não todas.
A professora destaca que, sobretudo para os alunos, a mudança que é feita tem impactos a vários níveis. “As ferramentas de inteligência artificial vieram melhorar muito a aprendizagem e a motivação dos alunos”, adianta, explicando que no início havia alguma relutância, com os alunos a chegarem à escola com ideias pré-feitas, considerarem mesmo que usar a IA Generativa para estudarem e fazerem trabalhos era “quase como fazer batota”.
Um inquérito realizado aos alunos de licenciatura e mestrado mostra uma evolução das percepções, e atualmente as ferramentas são usadas para estudo individual, trabalhos de grupo e trabalhos laboratoriais em sala de aula, “Os professores adaptaram novos métodos de trabalho em sala e na avaliação, e os alunos têm de mostrar capacidade crítica, discutir temas e conclusões e não apenas apresentar”, afirma. Tudo bem balizado e claro para todos.
Manuela Aparício detalha que as ferramentas podem ser usadas para um quiz de auto avaliação, melhorar a estrutura gramatical ou até sugerir um conjunto de novas perspectivas de análise e de ideias, mas nunca nos momentos de avaliação. “Avaliamos os alunos e não os materiais que produzem”, justifica.
A utilização responsável e ética, sem partilha de dados privados ou confidenciais, é uma das áreas que a professora da NOVA IMS sublinha como muito relevante. “Os alunos têm de saber quando podem e quando não podem usar e isso vai prepará-los para o futuro”.
Entre os exemplos de utilização estão os motores de possibilidades, explorando novos métodos e abordagens para resolver problemas, os adversários socráticos que promovem debates e desafios intelectuais para incentivar o pensamento crítico, e os co-designers, que ajudam na criação de projetos colaborativos entre professores e estudantes. Há também ferramentas de vídeos didáticos, que ajudam na criação de materiais educativos, e o tutor inteligente, que oferece um apoio personalizado e adaptativo.
Cada Unidade Curricular usa as ferramentas que mais se adaptam ao objetivo e tipo de matéria, desenvolvendo mesmo datasets específicos em alguns casos, e os alunos não estão limitados ao Copilot e ao GPT da OpenAI. “Podem explorar todas as ferramentas e são incentivados a fazer isso mesmo, até porque no mundo do trabalho podem ter um ambiente diversificado”, justifica a professora.
Do lado dos professores as ferramentas ajudam a enriquecer os conteúdos programáticos, tornando as aulas mais interativas e personalizadas e Manuela Aparício lembra que desta forma a NOVA IMS se coloca na vanguarda da inovação educativa, assegurando que a comunidade está equipada para liderar e desenvolver-se num mundo cada vez mais orientado para o tratamento, análise de dados e para dar suporte a um futuro com decisões baseadas em factos que têm impacto na economia e na sociedade.
Combater mitos e preparar novas competências
Para Manuela Aparício, de forma a tirar benefício das vantagens é preciso criar condições e formação, e as ferramentas deviam começar a ser usadas noutros graus de ensino antes da licenciatura.
“Se proibirmos a utilização do ChatGPT ou Copilot vamos estar a bloquear o crescimento e desenvolvimento dos alunos, e a fomentar uma auto aprendizagem errada, que pode ser grave”, admite Manuela Aparício.
A Presidente do Conselho Pedagógico da NOVA IMS acredita que o método escolhido pela escola de gestão é o melhor, criando condições para alunos e professores, num trabalho em equipa para incentivar a inovação tecnológica.
“É impreterível que se valorize mais estas áreas. É um dos caminhos de ação e melhoria continua, uma alavanca para aumentar capacidade dos alunos, mas temos de avaliar a abordagem metodológica com que fazem as suas opções”, destaca.
Apesar da visão positiva, a professora diz que a IA Generativa diz que o trabalho está também do lado do aluno, que tem de fazer o seu caminho exploratório e usar a capacidade crítica.
E em que idade é que faz sentido começar a usar estas ferramentas? Manuela Aparício não tem dúvidas que deve ser antes do ensino universitário, sempre com um enquadramento do potencial e uma visão ética de utilização como ferramenta de exploração e desenvolvimento de conhecimento e nunca substituto da avaliação.
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