A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) anunciou uma parceria com a fabricante japonesa de motores elétricos Nidec para criar aeronaves elétricas de descolagem e aterragem horizontal (eVTOL, na sigla em inglês), denominados de carros voadores.
Num comunicado conjunto divulgado no domingo, as duas empresas revelaram que a joint venture irá “desenvolver e fabricar sistemas” para carros voadores “e futuramente para outros modelos de mobilidade aérea”.
A nova empresa, chamada Nidec Aerospace, vai ser apresentada na 54.ª edição do Paris Air Show, que arranca hoje na capital francesa e decorre até 25 de junho.
A Nidec terá uma participação de 51% e a Embraer 49% na joint venture, cuja criação deverá acontecer oficialmente na segunda metade de 2023, após a aprovação de vários reguladores e dos conselhos de administração das duas empresas.
A Nidec Aerospace será localizada em Saint Louis, no centro-oeste dos EUA, na sede da Nidec Motor Corp, uma subsidiária da fabricante japonesa, e irá contar com o suporte das fábricas das duas empresas no Brasil e no México.
No comunicado, o presidente e diretor executivo da Embraer, Francisco Gomes, disse que a procura por sistemas elétricos na área dos eVTOL “está a crescer exponencialmente”.
O vice-presidente sénior da Nidec, Michael Briggs, disse que a aposta em aeronaves elétricas “terá uma contribuição essencial para o compromisso da Organização Mundial da Aviação Civil de neutralizar emissões de carbono em 2050”.
De acordo com o comunicado, embora ainda não esteja oficialmente criada, a Nidec Aerospace já tem o primeiro cliente para o sistema elétrico para os eVTOL, a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer.
A Eve pretende desenvolver e construir um ecossistema de mobilidade urbana sustentável, que inclua o eVTOL e a respetiva rede de serviço e apoio, bem como toda a infraestrutura que vai apoiar esta nova forma de transporte, incluindo os aeroportos de aterragem e descolagem verticais.
A Eve assinou em junho de 2022 uma carta de intenção para entregar até 35 aeronaves elétricas à Falcon Aviation Services, que opera na região do Médio Oriente e África, a partir de 2026.
A Embraer perdeu 378,4 milhões de reais (cerca de 68,6 milhões de euros) no primeiro trimestre do ano, mais que o dobro do reportado no mesmo período em 2022, conforme balanço divulgado no início de maio.
No final de abril, a Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, assinou um memorando de entendimento com várias empresas aeroespaciais portuguesas para desenvolver a Base Tecnológica e Industrial de Defesa de Portugal.
A empresa brasileira opera duas fábricas no Parque de Indústria Aeronáutica de Évora e é também acionista da OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, com 65% do capital, em Alverca.
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