
Depois da explosão do sucesso, no lançamento no final de janeiro, a DeepSeek tem vindo a ser escrutinada pelos reguladores europeus sobre a forma como treina os seus modelos de inteligência artificial e como são usados os dados privados. A startup chinesa já foi banida na Itália, logo após ter sido apresentada ao mundo. A autoridade italiana da proteção de dados acusou a empresa de não ser transparente sobre o uso dos dados pessoais.
Mas a Itália não é o único país que bloqueou a DeepSeek, a Coreia do Sul proibiu a ferramenta em pelo menos dois ministérios. Também os Países Baixos passaram a proibir o modelo. O executivo receia que as informações partilhadas pelos utilizadores do DeepSeek possam ser armazenadas e acabar na posse do governo da República Popular da China.
Continuam por responder as perguntas sobre que tipo de dados pessoais são recolhidos, quais as suas fontes, quais os propósitos, a base legal e onde são armazenados esses dados na China. As práticas da recolha dos dados começaram a ser questionadas por outros países europeus, nomeadamente a França, Bélgica, Luxemburgo, Países Baixos e outros países.
“Várias autoridades de proteção de dados já abriram ações a visar a DeepSeek e poderão haver mais no futuro”, refere o porta-voz do Comité Europeu para a Proteção de Dados (EDPB na sigla inglesa), citado pela Reuters. A autoridade europeia tem pedido uma cooperação para a troca de informações para reforçar os assuntos relacionados com a IA. Até aqui, este grupo de trabalho tinha vindo a focar-se no ChatGPT da OpenAI.
Desde que o DeepSeek lançou o seu modelo R1, a 20 de janeiro, a aplicação chinesa, caracterizada pelo seu código aberto e pelos baixos custos de desenvolvimento, tem estado no topo das tabelas de descarregamento de aplicações gratuitas.
A aplicação também é criticada pela censura, recusando-se a comentar questões controversas como o Massacre de Tiananmen de 1989 ou mesmo sobre o Presidente da China, Xi Jinping. O mesmo fenómeno verificou-se com outras aplicações digitais de conversação chinesas, como se verificou em 2023, o mesmo ano em que Pequim regulamentou estes serviços para respeitarem os "valores socialistas fundamentais".
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