No dia 10 de outubro a Tesla apresentou o seu robotaxi, o Cybercab e o miniautocarro Robovan, numa festa com um ambiente futurista onde não faltaram os robots Optimus a servir bebidas e a interagir com os convidados. Esse cenário de ficção científica terá sido demasiado inspirado em Blade Runner 2049 e a sua produtora, a Alcon Entertainment já avançou com um processo de infração de direitos de autor por utilização de imagens não autorizadas.

Segundo avança o The New Times, a Tesla terá pedido autorização à produtora de Hollywood para utilizar os decors e ambientes do filme. Mas a empresa diz que mesmo tendo negado a autorização, a Tesla utilizou na mesma as imagens. A ação deu entrada no tribunal U.S. District Court em Los Angeles e visa não apenas a empresa de Elon Musk, como a Warner Bros. Discovery, que serviu de palco à ação de marketing da apresentação.

A Alcon Entertainment refere que não foram utilizadas fotografias diretas do filme, mas sim imagens geradas por inteligência artificial a copiar as cenas de Blade Runner 2049. A empresa aponta ainda uma imagem demasiado inspirada na personagem do ator Ryan Goslin.

Veja na galeria imagens do Tesla Cybercab e Robovan:

A acusação aponta a utilização de inteligência artificial de forma mal-intencionada e abusiva para recriar imagens praticamente idênticas às protegidas por direito de autor. A produtora diz que a Tesla agiu de má fé ao se apropriar aos ambientes do filme para tornar a sua apresentação mais atrativa à audiência global, apropriando-se da marca Blade Runner 2049 para ajudar a vender Teslas.

A nova polémica relacionada com o uso inapropriado de material protegido por direitos de autor lembra outro caso semelhante, a envolver a atriz Scarlett Johansson. A protagonista dos filmes da Marvel terá visto a sua voz utilizada pela OpenAI para dar voz a Sky, um assistente virtual baseado no GPT-4o, e deu entrada a uma ação no tribunal. A polémica adensou-se porque a atriz recusou uma oferta de Sam Altman, o CEO da OpenAI, para dar voz ao ChatGPT em setembro de 2023, e terá sido contactada dois dias antes do lançamento do GPT-4o pedindo-lhe para reconsiderar. Mesmo negando, acusa a empresa de ter utilizado a sua voz ou algo muito parecido.

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Os casos de deepfake continuam a causar polémica, independentemente da sua utilização, sobretudo associados a conteúdos sexuais. No Telegram os bots “despem” qualquer pessoa, bastando uma fotografia de base. São gerados vídeos e fotografias explícitas com apenas alguns cliques.

O ator Tom Hanks também já foi vítima do uso não autorizado da sua imagem numa publicidade a um plano dentário, que tem a sua aparência, mas o ator não tem nada a ver com o mesmo. O anúncio utiliza a imagem do ator e a sua voz é imitada, com elevada coordenação de movimentos labiais, a vender o produto.

No caso do estúdio de Hollywood, o The New York Times cita o pedido de Elon Musk foi negado devido aos seus comportamentos altamente políticos, muitas vezes a virar para o discurso de ódio. Além disso, a produtora estará em conversações com outras fabricantes de automóveis para parcerias em torno da série televisiva de Blade Runner para a Amazon.