Um grupo de psicólogos do departamento de media e comunicação da Universidade de Leicester trabalhou em conjunto com a BBC para apurar qual o grau de dependência que as crianças com 7 e 8 anos têm do computador, consolas de videojogos e da televisão.
Para levar a cabo a investigação os especialistas reuniram um grupo de 23 crianças com diferentes tipos de interesse, desde aqueles que ocupavam os tempos livres com actividades no exterior aos que passavam esses períodos em frente do computador. As famílias dos mais novos também fizeram parte da análise.
Depois de um período de cinco semanas, em que a terceira e quarta semana foram passadas sem qualquer tipo de acesso aos referidos equipamentos, o comportamento das crianças nas salas de aula começou a ser observado, assim como a conduta das suas famílias em casa.
Os diários filmados por cada família mostraram que muitas vezes a utilização de consolas, computadores e da televisão surge como um escape, ou seja, como uma forma de conseguirem entreter os mais novos enquanto as famílias prosseguem com os seus afazeres.
Em apenas duas semanas, os pais conseguiram perceber que sem o acesso aos equipamentos os membros da família interagiam mais, passando a existir mais diálogo e mais usufruto da companhia uso dos outros.
Outra conclusão mostrou que ao terem passatempos mais activos durante a tarde as crianças acabavam por ir para a cama mais cedo e acordar mais despertos no dia seguinte.
Um dos objectivos do estudo foi apurar quais os métodos que as famílias encontraram para contornar a falta de utilização daqueles equipamentos para se ocuparem. As conclusões foram evidentes e a abstenção temporária da TV e dos computadores voltou as famílias mais dependentes para os meios mais "próximos": o rádio para dar a sensação de barulho de fundo ao invés da televisão e os jogos de tabuleiro para compensarem a falta dos jogos electrónicos.
No final do estudo não foram retiradas conclusões evidentes acerca da forma como a privação dos referidos equipamentos influenciou o comportamento das crianças na escola. Mesmo assim, foram registados diversos casos em que os mais novos mostraram maior entusiasmo em receber trabalhos de casa e em que acataram pacificamente o facto de terem de ir dormir cedo.
Os resultados da análise levaram o professor Barrie Gunter a mostrar, na prática, o quão a sociedade actual está dependente da televisão, consolas ou computadores, mesmo os mais novos.
O mesmo professor afirma que "só quando nos vemos privados dessas fontes de entretenimento é que verificamos como estamos dependentes delas […] o que nos deixa expostos a muito mais tempo livre para preencher e uma sala cheia de silêncio".
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