
Um especialista em segurança informática afirmou, durante uma conferência de hacking, que para preparar um ataque bem sucedido aos sistemas informáticos dos Estados Unidos eram precisos dois anos e 100 milhões de dólares - cerca de 76,5 milhões de euros.
A apresentação pública aconteceu durante a DefCon, que decorreu este fim-de-semana em Las Vegas, nos EUA. Charlie Miller, que é investigador na Independent Security Evaluators e passou cinco anos a trabalhar para a Agência Nacional de Segurança norte-americana (NSA), elaborou um modelo baseado num cenário real de um ataque a levar a cabo pela Coreia do Norte aos EUA.
Garante, no entanto, que embora o plano seja com base em "condições reais", não recebeu qualquer pedido da Coreia para projectar um ataque do género. A escolha recaiu sobre este país devido ao facto de este ter a vantagem táctica de estar tão atrasado no uso da tecnologia entre a população que um bloqueio global da Internet a deixaria incólume, explicou.
"Já sabia que era fácil, mas agora sei, em concreto, quão fácil seria", disse com alguma ironia o responsável, citado pela AFP, acrescentando que os Estados Unidos estão "muito vulneráveis" a um ataque cibernético generalizado.
Principalmente se compararmos os 100 milhões de dólares necessários para pôr o plano em marcha com todo o dinheiro que é gasto para proteger o país de uma catástrofe, fez notar o especialista.
A estratégia apresentada por Charlie Miller assentava num ataque concertado às redes de distribuição de electricidade, banca, telecomunicações e outras infra-estruturas tecnológicas do país.
O "ciber exército" de que precisaria resume-se a uma centena de operacionais, entre hackers de elite e estudantes de informática com algum treino.
Um dos pontos-chave do seu plano passaria por começar a infiltrar-se nas redes dois anos antes, criando pontos de entrada nas infra-estruturas para a posterior invasão generalizada.
O especialista admite que durante os dois anos ainda há hipótese de ser detectado o invasor e tomar medidas para impedir a concretização do plano, mas passado esse período já nada haveria a fazer.
Charlie Miller fez, no entanto, notar que a maioria dos especialistas de topo - que seriam precisos para pôr em prática o plano que traçou - recusar-se-iam a participar numa acção do género, por questões relacionadas com patriotismo, moralidade ou simples medo.
Independentemente disso, acredita que alguns países podem já estar, actualmente, a preparar-se para este tipo de ataques. Face a esse cenário, "nós podemos escolher limitar a nossa dependência da Internet, o que é irrealista, ou fazer o nosso melhor para detectar e tomar medidas políticas para prevenir (as ameaças)", defende.
Nota de redacção: Foi alterada a forma de representação de valores, devido às dúvidas suscitadas entre nossos leitores.
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