Em julho último, Elon Musk e os executivos da Neuralink falaram publicamente da tecnologia que têm vindo a desenvolver para permitir que dispositivos inteligentes possam interagir com os cérebros humanos (e vice-versa). Com base nos resultados apresentados, já se pode falar de algum caminho percorrido.
No centro de tudo está um pequeno microchip que, teoricamente, poderá ser implantado atrás da orelha, ligado a fios contendo elétrodos que se espalham pelo cérebro humano, para registrar a atividade cerebral e estimulá-la.
A Neuralink está a prever começar a testar a tecnologia em humanos antes do final do próximo ano, entretanto diz ter sido bem-sucedida com um macaco, que conseguiu controlar um computador.
De acordo com especialistas, ouvidos pela publicação Business Insider, um macaco conseguir controlar um PC com o cérebro não é de todo o maior feito entre os avanços conseguidos pela empresa “neural” criada por Elon Musk.
Andrew Hires, professor assistente de neurobiologia na Universidade da Califórnia, prefere destacar antes as caraterísticas dos fios usados, “um pouco mais finos do que um cabelo humano”, por serem maleáveis, o que causará menos danos ao tecido cerebral.
Outro aspeto de destaque na tecnologia é o método “totalmente novo” de introdução desses fios. Seriam inseridos no cérebro por um dispositivo idêntico a máquina de costura - e não por mão humana -, que usaria uma agulha rígida para colocar os fios no lugar, a cerca de um milímetro da superfície externa do cérebro, ou do córtex.
Andrew Hires sublinha ainda o potencial do “superpoderoso” chip usado para traduzir a atividade cerebral registada pelos elétrodos.
Já para a investigadora Rylie Green, do Imperial College London, o mais entusiasmante no sistema desenvolvido pela Neuralink não é nenhuma das tecnologias encaradas individualmente, mas sim aquilo que as três podem alcançar em conjunto. "Cada um destes aspetos diferenciados já estão em desenvolvimento há algum tempo, mas é bom vê-los todos reunidos num único dispositivo", referiu.
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