A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, participou na cerimónia de oficialização da ESMC (European Semiconductor Manufacturing Company), um consórcio de inovação enquadrado na estratégia de expansão da produção de semicondutores e da Chips Act, a lei europeia para apoiar o desenvolvimento do sector que entrou em vigor em setembro de 2023.
A ESMC pretende ser a maior fabricante de semicondutores do mundo, localizada em Dresden, na Alemanha, um consórcio criado pela TSMC, Bosch, Infineon e NXP, com o apoio de Bruxelas. Ursula von der Leyen disse na cerimónia que a fábrica vai abrir 11 mil novos empregos para os trabalhadores europeus, tanto no local como espalhados pelo território europeu. Com a ajuda da ESMC, as indústrias europeias vão beneficiar de melhores cadeiras de fornecimento locais, assim como o acesso a novos produtos talhados às suas necessidades.
Bruxelas refere que numa altura de crescimento de tensões geopolíticas, a ESMC vai beneficiar da diversificação geográfica da Europa. Além das quatro empresas que formam o consórcio, a presidente da Comissão Europeia destaca ainda o Governo Federal da Alemanha, em concreto a região da Saxónia, por receber a fábrica.
Durante a cerimónia falou-se nos três anos desde a decisão de construir a Chips Act, com o objetivo de dobrar a quota europeia na produção global de chips para 20%. Desde então já nasceram fábricas em Grenoble e em Catânia na Sicília, juntando-se agora a de Dresden.
A nova fábrica qualifica-se dentro um dos pontos do Chips Act, por ser considerado pioneiro num novo formato, ou seja, vai produzir produtos que não estão presentes ou planeados de desenvolver em qualquer outra fábrica localizada na Europa. Foram também autorizadas ajudas governamentais da Alemanha para este projeto avaliadas em 5 mil milhões de euros. Desde que a lei foi lançada, a indústria captou o investimento público e privado na ordem dos 115 mil milhões de dólares.
Para Bruxelas, este é apenas o começo, prometendo continuar a incentivar a concorrência industrial no programa para cinco anos que foi lançado em julho pela Comissão Europeia. Traçando um plano para o novo mandato, Ursula von der Leyen diz que a nova Comissão tem de ser de investimento. E nos primeiros 100 dias do novo mandato, pretende propor um novo pacto industrial limpo e de acesso a energia limpa e baseada em renováveis.
De recordar que em janeiro, o (anterior) governo lançou a estratégia nacional para semicondutores com orçamento de 121 milhões de euros até 2027, 39 milhões dos quais ainda vão ser aplicados durante 2024. O desenvolvimento da estratégia de Portugal para os semicondutores começou pela análise daquilo que o país "faz de bom" nesta temática. Destacam-se as áreas do design e encapsulamento, sendo que Portugal tem a maior fábrica da Europa para a produção de alto volume de encapsulamento e teste, a Amkor.
A estratégia prevê ainda a criação de um Centro Nacional de Competências, a identificação de sinergias para que possa haver um crescimento do desenvolvimento, inovação e produção e a criação de linhas de ação concretas.
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