Depois de assegurada a perspectiva da infra-estrutura, o programa Magalhães carece, principalmente, de investimento ao nível dos conteúdos e na formação de professores, considera o Grupo de Alto Nível.

Naquela que foi a sua oitava tomada de posição, a estrutura da APDSI avalia a iniciativa e-escolinha como positiva, mas conclui que esta está longe de ver aproveitado todo o seu potencial.

"O GAN considera que a iniciativa Magalhães tem elevado mérito, é um caso único a nível mundial e, desde que devidamente continuado, desenvolvido e enquadrado, tem um potencial de sucesso garantido", pode ler-se no conjunto de conclusões mencionadas no documento final, onde se refere igualmente que não tem havido esforço suficiente "na capacitação dos intervenientes nos processos de ensino/aprendizagem nem na mobilização dos docentes".

"A perspectiva da infra-estrutura está tratada, faltando no momento colocar maior peso nos conteúdos e na formação dos professores, factores que se não forem assegurados colocarão em risco todo o esforço de investimento feito até agora", referiu Rui Baião, um dos responsáveis pela coordenação da análise, durante a apresentação da mesma, esta manhã.

Face às várias conclusões, o GAN apresenta algumas recomendações, a primeira das quais relacionada com a necessidade de alinhar a iniciativa com o restante projecto educativo e programas oficiais. Aconselha-se por isso à reformulação completa dos programas educativos, "que deverão recorrer de forma sistemática ao Magalhães, ao seu software e conteúdos, para ministrar os conhecimentos alvo da política educativa", sugere o grupo da APDSI.

O GAN considera ainda que, para garantir a sustentabilidade futura do programa do Magalhães a nível financeiro, este deve ser integrado no orçamento do Ministério da Educação.

"A ideia é boa, mas não está completamente implementada: falta o entrosamento com o processo educativo", referiu Luís Amaral, em jeito de conclusão. A título pessoal acrescentou que acredita que aquilo que, até agora, não correu bem, vai resolver-se este ano lectivo, o que fará com que "daqui a 12 anos possamos ser um dos povos mais letrados do mundo", colhendo os louros da "geração Magalhães".