Fim do suporte técnico do Windows 10 pode provocar onda de problemas de cibersegurança. Windows 11 ainda é minoria

Apesar de marcado para outubro o final do suporte ao Windows 10, tem quase o dobro de instalações do seu sucessor Windows 11. Os analistas de cibsergurança da ESET apontam os riscos colocados à maioria dos sistemas operativos ainda em uso.

A Microsoft lançou o Windows 11 em 2021, incentivando a migração do anterior sistema operativo para o mais recente, de forma gratuita. E marcou, com grande antecedência, o final do suporte técnico do Windows 10 para outubro deste ano. O problema é que a grande maioria dos computadores continua a utilizar o Windows 10. Aliás, quase o dobro, segundo dados da Statcounter, em dezembro de 2024 62,73% de instalações nos desktops eram de Windows 10 e 34,1% do Windows 11.

Apesar do fim do suporte técnico gratuito, a Microsoft vai ter um programa que alarga as atualizações de segurança do Windows 10 por mais três anos, ou seja, até outubro de 2028. Mas será uma despesa que deve ser pensada, se não vale a pena fazer a atualização e nos computadores que não sejam compatíveis, a possibilidade de adquirir um novo equipamento.

E os efeitos secundários desta mudança já são projetáveis: segundo dados da Canalys, o fim do suporte do Windows 10 pode resultar em 240 milhões de computadores para o lixo, representando 480 milhões de quilos de lixo eletrónico. Um dos principais entraves à atualização é a incompatibilidade dos processadores mais antigos com a segurança TPM 2.0.

A ESET vem agora avisar que o fim do suporte ao Windows 10 pode colocar muitos equipamento em risco. Sem essas atualizações oficiais de segurança, milhões de sistemas empresariais e pessoais podem tornar-se altamente vulneráveis a ciberataques e outras ameaças. A empresa olhou para o mercado alemão, apontando que 32 milhões ainda funcionam com o Windows 10, representando 65% do total e que o Windows 11 apenas representa 33% dos equipamentos (16,5 milhões de computadores).

A empresa de cibersegurança aconselha a não esperar até à data final em outubro para atualizar os computadores com o Windows 11 ou optarem por outro sistema operativo caso o equipamento não seja compatível. O analista Thorsten Urbanski da ESET, aponta que as empresas devem planear a mudança com antecedência, uma vez que a extensão do suporte técnico será dispendiosa. Diz ainda que deixar os computadores a funcionar para além da data limite é uma negligência perigosa. Alerta que no caso de consequências danosas, sejam ataques de ransomware ou perda de dados, as seguradoras podem recusar-se a pagar os danos por não terem respeitado o fim do suporte técnico.

O analista diz que esta situação poderá ser mais perigosa do que quando terminou o suporte ao Windows 7 em 2020. Nesta altura, o Windows 10 já tinha mais de 70% de utilizadores e apenas 20% utilizavam o Windows 7. “Os cibercriminosos conhecem muito bem estes números e estão apenas à espera do dia em que o suporte técnico vai acabar”, aponta Thorsten Urbanski.

A completar o décimo aniversário, o Windows 10 continua a ser o sistema operativo mais utilizado de um modo geral. No gaming, o Windows 11 já é o mais popular, embora sem grande margem. Números do Steam de dezembro mostram que o Windows 11 é adotado por 54,96% dos jogadores e o Windows 10 por 42,39%.

Sobre os preços do prolongamento de segurança, no âmbito do programa especial de ensino, será pago um dólar no primeiro ano (2026), seguindo-se um aumento para dois dólares no seguinte e no terceiro ano os estudantes terão de pagar quatro dólares. A empresa diz que esta oferta é válida para todos os clientes de educação, incluindo secundário e ensino superior.

Para as empresas, o valor é bem superior. Existem três opções para prolongar as atualizações de segurança: o método de ativação de chaves 5-por-5, a ativação baseada em cloud e uma subscrição incluída no Windows 365.

O método de ativação de chaves 5-por-5 terá um custo de 61 dólares por equipamento no primeiro ano. Uma vez que a Microsoft refere que o preço duplicará todos os anos consecutivos, até um máximo de três anos, os custos deverão ser de 122 dólares para o segundo ano e 244 dólares para o terceiro ano. “Se decidir entrar no programa no segundo ano, terá de pagar também o primeiro ano, uma vez que as ESU são cumulativas”, explica a Microsoft.

Quanto à ativação baseada em cloud, cada licença tem um desconto de 25% e custará 45 dólares por utilizador (até cinco dispositivos) no primeiro ano, duplicando nos segundo e terceiro ano. A subscrição incluída no Windows 365, não tem custos adicionais com um ano de fidelização.