Na próxima semana será lançado o sistema operativo da Huawei, o HarmonyOS, segundo fugas de informação de um poster divulgado na rede social chinesa Weibo. O seu lançamento ganha especial força quando o líder da gigante tecnológica, Ren Zhengfei referiu à Reuters que o futuro da empresa poderá mesmo passar pelo software. A agência noticiosa cita uma nota interna do líder da empresa para uma mudança de estratégia para aliviar as sanções aplicadas pelos Estados Unidos, que teve um grande impacto nas vendas dos smartphones da marca.
Ren Zhengfei diz que a Huawei deve focar-se no software porque esta indústria está fora do controlo dos Estados Unidos, o que daria à empresa maior independência e autonomia. Com a proibição das empresas americanas fazerem negócio com a Huawei, limitou a tecnológica chinesa a produzir equipamentos, mesmo com o stock acumulado de componentes nos últimos dois anos. E o bloqueio aos Google Services “empurraram” a Huawei para a decisão de utilizar o seu EMUI de forma temporária, antes do lançamento final do HarmonyOS.
A Huawei pretende voltar a competir à escala global através de software, e Ren Zhengfei terá incentivado os seus funcionários a focarem-se em produtos como o MindSpore, a sua plataforma de IA em cloud, assim como o sistema operativo HarmonyOS para diferentes equipamentos. E ainda segundo a sua nota aos empregados, “depois de dominarmos a Europa, Ásia-Pacífico e África, se os standards dos Estados Unidos não foram compatíveis com os nossos e não podermos entrar em solo americano, então os Estados Unidos não podem entrar no nosso território”.
Há muito tempo que a Huawei está a testar o seu sistema operativo HarmonyOS, questionando-se qual será o primeiro equipamento a estreá-lo. Anteriormente houve rumores de que seria o smartphone P50 a estrear o SO em abril, mas não se confirmou. Em dezembro, a Huawei apontava um lançamento para 2021 e até estabeleceu metas de ter o HarmonyOS instalado em 100 milhões de equipamentos, e mais tarde subiu a parada, apontando para 300 a 400 milhões de dispositivos.
Apesar de ainda não ter sido lançado oficialmente, o HarmonyOS já tem uma versão 2.0 que já está nas mãos dos programadores, tendo sido disponibilizada em dezembro e está a ser usada em equipamentos para casas inteligentes. Como a empresa tem sublinhado desde que apresentou a plataforma, o HarmonyOS é muito mais que um sistema operativo criado para responder às restrições que os EUA impuseram às empresas locais, na sua relação com interlocutores chineses. É uma plataforma desenhada para um leque alargado de dispositivos, a pensar num futuro dominado pela Internet das Coisas.
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