A identidade do criador da Bitcoin pode estar prestes a ser revelada no âmbito de uma investigação judicial que visa determinar os herdeiros legais de uma fortuna avaliada em mais de 70 mil milhões na moeda digital.
O caso opõe a família de David Kleiman, falecido especialista em computação forense, a Craig Wright, um antigo parceiro de negócios que alega ser Satoshi Nakamoto, o pseudónimo sob o qual foi fundada a Bitcoin.
A família de Kleiman acusa Wright de se apropriar indevidamente do nome e da quantia e defende que ambos co-criaram a criptomoeda, pelo que lhes é devido 50% da fortuna. "Temos provas e acreditamos que elas são suficientes para mostrar que existiu uma parceria para criar e minerar mais de um milhão de bitcoins", disse Val Freedman, advogado da família Kleiman, em declarações ao Wall Street Journal.
Boa parte da comunidade de entusiastas da Bitcoin defende que qualquer um dos envolvidos só conseguirá provar que é, de facto, o criador da moeda, caso consiga apresentar uma password válida que lhe dê acesso à carteira digital de Nakamoto, onde estão guardadas mais de um milhão de bitcoins. A quantia nunca foi mexida e o facto de nenhuma das partes ter ainda sido capaz de produzir uma password válida tem gerado cada vez mais céticos que se inibem de escolher um lado nesta disputa.
Note que a identidade do criador da criptomoeda continua a ser um mistério desde 2008, altura em que foi lançado um documento com nove páginas para anunciar e explicar o nascimento e funcionamento da Bitcoin. O texto foi assinado por Satoshi Nakamoto, mas o facto de este nunca ter dado a cara, levanta várias questões, nomeadamente se se trata de um indivíduo ou de um grupo de pessoas. De acordo com a família Kleiman, o documento foi redigido por David Kleiman e Craig Wright. Este último diz que ele e só ele é Satoshi Nakamoto, mas, na verdade, vários outros cientistas e figuras proeminentes no mundo das criptomoedas têm sido apontados como possíveis criadores da Bitcoin. A lista de "suspeitos" conta com um engenheiro nipo-americano, chamado Dorian Satoshi Nakamoto; Michael Clear, ex-aluno de criptografia no Trinity College, em Dublin; Nock Szabo, cientista húngaro; e o investigador finlandês, Vili Lehdonvirta. Todos eles negaram ter tido qualquer responsabilidade na criação da moeda.
Nakamoto manteve-se ativo online entre 2008 e 2010, tendo desaparecido em dezembro desse último ano. Durante um período de dois anos, o criador publicou mensagens e trocou ideias com os primeiros a revelar curiosidade pela criptomoeda.
Por agora, não há nenhuma prova genuína, independente e confiável que prove a identidade de Nakamoto. Há suspeitas que complicam os casos de Kleiman e Wright pelo que a investigação deverá arrastar-se durante mais algum tempo. Note que, já este ano, Wright enfrentou algumas críticas por ter aberto uma ação judicial com o objetivo de tentar reaver 7,25 mil milhões de dólares em criptomoedas que diz possuir. O australiano exige que 16 programadores especializados em criptomoeda o ajudem a recuperar o valor que estará guardado em duas carteiras digitais registadas sob endereços para os quais Wright não tem password porque, segundo o próprio, a sua rede de computadores doméstica foi hackada.
Wright confessou ser Nakamoto em 2016. O anúncio foi feito na sequência de duas investigações, conduzidas pelos portais Gizmodo e Wired, que concluíam ser o engenheiro quem estava por detrás da mais popular criptomoeda do mundo.
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