A InPost é uma empresa especializada em entregas de encomendas não domiciliarias na Europa. Isto significa que não fazendo entregas em casa das pessoas, os seus clientes podem deslocar-se comodamente aos seus Lockers inteligentes quando bem entenderem. A empresa, fundada em 2006 na Polónia, oferece entregas de encomendas nos 9 países onde opera, contando com 66 mil pontos de entrega.
A sua rede híbrida é composta por 35.000 Lockers e 30.000 Ponto Pack. Os Ponto Pack são pequenas lojas que aceitam o envio ou receção de encomendas. Estas lojas comprometem-se a serem cordeais com os clientes, assumindo a cultura a empresa. Cerca de 95% de comerciantes trabalham em exclusivo com a InPost, recebendo igualmente os benefícios de serem afiliados. Todas as candidaturas são avaliadas, considerando as condições, mas sobretudo o seu posicionamento geográfico estratégico para a rede da empresa. A InPost assume-se como líder nas entregas não domiciliárias. Na Península Ibérica tem cerca de 10.000 Ponto Pack e Lockers.
A empresa acaba de anunciar que fechou um acordo com a Galp para expandir as cabines inteligentes pela rede de postos de abastecimento, dando seguimento a um acordo semelhante realizado em Espanha. Com esta parceria, a InPost ganha acesso a cerca de 650 postos da Galp espalhados pelo país. Em muitos deles vão ser instalados Lockers para facilitar a recolha de encomendas de compras realizadas online, por exemplo.
Uma das vantagens destes cofres inteligentes é que estão operacionais a qualquer hora, em qualquer dia do ano. A empresa aponta as vantagens para o meio ambiente no que diz respeito às entregas em casa, obrigando os estafetas muitas vezes a voltarem para trás por não conseguirem entregar pela ausência dos proprietários. E cita um estudo europeu, o The Green Last Mile, onde só na Polónia, o país de origem da tecnológica, foram evitadas emissões de 171.946 toneladas de CO2, quando comparada esta forma de entrega não domiciliária, com as entregas na casa dos clientes.
Quando utiliza o serviço de entregas da InPost, os utilizadores recebem uma mensagem no smartphone com um código correspondente ao Locker designado. Apenas tem de introduzir esse código (ou QR Code) no painel do cofre e aceder à encomenda no seu interior. As cabines têm compartimentos com tamanhos diferentes, por isso o espaço é sempre adaptado à encomenda do utilizador. A taxa de entregas falhadas no domiciliário é elevada e com a possibilidade de ser o utilizador a levantar a encomenda quando entender, esta fica guardada no cofre.
A empresa está no terceiro ano de operações no mercado nacional, sendo o nono país de expansão da InPost. Filipe Jandi, key account manager em Portugal, destaca as vantagens de ter herdado as soluções técnicas e operacionais da empresa quando chegou ao país. Na pandemia, as empresas de e-commerce procuraram soluções de entregas sem contacto e estes cofres inteligentes ganharam relevo.
Filipe Jandi salienta que os Lockers são o futuro das entregas, pela comodidade, por não ter qualquer contacto ou interação humana no acesso às encomendas. Os serviços prometem ser mais rápidos, seguros, económicos e claro, sustentáveis. Cada cofre pode ser alimentado por 40 ou 50 encomendas, que a empresa afirma serem o mesmo número de viagens que são poupadas se fosse a cada morada. O responsável pela empresa em Portugal diz que a rede de veículos está cada vez mais eletrificada e as respetivas rotas mais otimizadas.
A InPost salienta que todos os colaboradores são da empresa e não subcontratadas, o que dá maior confiança aos clientes. A sua linha de apoio ao cliente ajuda rapidamente a encontrar a encomenda a cada momento, refere Filipe Jandi.
O modelo de negócio é referido como vencedor improvável, começando por ganhar a confiança dos clientes. A empresa continua a desenvolver soluções tecnológicas para facilitar e simplificar os processos, diminuindo o uso de etiquetas ou guias de transporte. A sua quota de negócio ainda é de cerca de 20%, apontando os CTT e a PDT como concorrentes diretos, mas a empresa está expectante de estar no caminho certo naquilo que é o negócio sustentável. “O cliente tem de ter uma experiência fantástica, de que funcionou sem complicações, não há áreas cinzentas a assinalar e quero repetir”, aponta Filipe Jandi ao pensamento dos seus clientes, destacando que ninguém quer ficar refém em casa à espera de um estafeta.
As integrações das soluções da empresa são fáceis, caso um cliente grande como o Shopify ou Sonae necessitem dos seus serviços. O responsável da empresa diz que há uma grande taxa de abandono das compras online nos carrinhos quando são apresentados os valores das entregas e o tempo que pode demorar a chegar. A missão da empresa é diminuir esse abandono.
Em Portugal foi expandida a instalação dos Lockers este ano. Apesar de não ser uma empresa de entrega urgente, demora entre 24-48 horas a entregar no território Ibérico. Mesmo que não tenha encomendas para entregar num ponto, tem de lá passar porque as rotas estão estabelecidas e otimizadas. Atualmente tem dois armazéns em Portugal, um em Alverca e outro na Maia, sendo expandido em breve para quatro armazéns, em Aveiro nos próximos meses e Setúbal no final do ano.
Diariamente diz expede encomendas de Portugal para o estrangeiro. Fechou recentemente parceria com a H&M para Portugal e Espanha. A InPost pretende apoiar o comércio local, criando mais tráfego, mas ao mesmo tempo ajudar os clientes a serem mais sustentáveis. Filipe Jandi explicou ao SAPO TEK que apesar do foco estar nas corporações, no seu website qualquer pessoa pode requisitar o serviço, enviar uma encomenda a um familiar no país (ou estrangeiro) e usar a rede.
A empresa somou 1,952 milhões de euros de receitas, num crescimento de 25% face ao ano anterior. O volume de encomendas foi de 892 milhões, crescendo 20% face ao ano passado. Aumentou 27% o número de Lockers, num total de 35.449 e pontos pack aumentou 17% num total de 30.615 nos nove mercados europeus. A empresa tem mais de 100.000 parceiros de e-commerce, incluindo marcas como a Vinted, Zara, Shein, Pull & Bear, entre outros.
Para o próximo biénio a empresa vai investir nos Lockers, que diz serem equipamentos dispendiosos, na casa das dezenas de milhares de euros. Até à data foram instalados 20 Lockers na Galp. Para segurança, os locais escolhidos são por norma escolhidos, têm câmaras de vigilância dissuasoras. Jã foram vitimas de grafites ou portas forçadas, mas são muito pontuais e não em Portugal. Para Portugal em concreto, a empresa espera instalar 700 a 1.000 Lockers em Portugal até ao fim de 2025, tendo já alguns contratos assinados.
Questionado se os planos de expansão incluem as áreas menos densas em Portugal, Filipe Jandi explicou ao SAPO TEK que esse é o objetivo e até prioridade para a empresas. Querem estar presentes onde há menos pessoas e soluções de retalho, pelo potencial de servir essas populações. Atualmente, a nível ibérico, a empresa tem pelo menos um Locker ou Ponto Pack a cerca de 800 metros de qualquer cidadão, mas o objetivo é baixar para 300 metros. As pessoas só precisam de se deslocar a pé para levantar a encomenda.
Atualmente, o modelo de negócio da Vinted é considerado um “monstro” na movimentação de encomendas. Filipe Jandi referiu que no início de maio se fez uma campanha de fim-de-semana que gerou a entrega de 60 mil encomendas em todo o país. Atualmente tem 55 veículos a circular nas suas rotas e tem a ajudar de uma empresa parceira para completar as mesmas. A InPost conta com cerca de 80 pessoas em Portugal e 350 a nível ibérico.
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