Na passada sexta-feira Lukas Grunwald, perito em segurança informática, demonstrou na conferência Defcon, em Las Vegas, como é possível copiar e transferir informações armazenadas num documento electrónico para um outro sistema.


Utilizando o e-passport britânico como exemplo, o especialista referiu que a informação pessoal de um passageiro pode ser transferida para chips em branco que posteriormente podem ser inseridos em documentos falsos, bastando para isso um equipamento de 200 dólares.


O especialista, citado pela imprensa internacional, defendeu que "se existir um sistema de inspecção automático" é possível utilizar o passaporte falso "para entrar em qualquer país", uma afirmação oposta à das autoridades que garantiam até aqui a segurança do documento.


Apesar da falha ser determinante para a contrafacção dos passaportes, Lukas Grunwald refere que isso não implica que toda a informação biométrica possa ser alterada ou copiada por criminosos. Embora os dados do passaporte não sejam encriptados, ainda não é possível alterar a informação clonada sem alertar as autoridades.


Esta descoberta é a mais recente preocupação no que diz respeito à utilização de identificação por radio-frequência (RFID), uma tecnologia que permite o armazenamento de informação pessoal não só em documentos como em outros dispositivos de segurança.


A Alemanha já utiliza RFID nos passaportes e, nos Estados Unidos, está prevista a implementação da tecnologia em Outubro. Por outro lado, no Reino Unido, desde Março que todos os passaportes solicitados pelos cidadãos estão a ser emitidos de acordo com a versão biométrica.


Cada vez mais surgem mecanismos de roubo de identidade, sendo o passaporte electrónico "uma perda de dinheiro já que não promovem qualquer tipo de segurança" aos utilizadores, argumentou Lukas Grunwald durante a apresentação.

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