Martin Taylor responsável pela área de estratégia de plataformas da Microsoft está em Portugal e falou aos jornalistas sobre o posicionamento da companhia relativamente à concorrência do software open source. O responsável transmitiu uma posição corporativa que encara a concorrência do Linux como algo que veio para ficar, através das empresas com presença forte no mercado ou através de novos players que, seduzidos pelos custos reduzidos para o arranque de uma operação - em muito conseguidos pelo apoio da comunidade de programadores que de forma gratuita trabalha o código - vão desenvolvendo novas ofertas, considerou.




Tendo como função principal viajar pelo mundo e sondar parceiros e clientes, Martin Taylor garante que cada vez mais as decisões dos gestores, das empresas e dos governos se baseiam nos factos e não em emoções, que considera terem motivado algumas decisões de migração no passado.




"As análises das empresas são cada vez mais rigorosas e tornaram-se indispensáveis a ponderação de factores como o custo total de aquisição ou a segurança", critérios que a Microsoft considera jogarem a seu favor, diz Martin Taylor admitindo que em áreas como a computação em rede a oferta open source é bastante competitiva.




Para além da promoção e divulgação de estudos e casos de estudo, o responsável garante que a estratégia de concorrência da Microsoft passa cada vez mais pelo reforço do trabalho de R&D, nas áreas onde considera necessitar de uma oferta mais competitiva e de um trabalho mais próximo com os parceiros, nas áreas onde considera ter os factos a seu favor, destaca Martin Taylor.




No trabalho de aproximação aos clientes e parceiros, a Administração Pública é uma peça central, quer pelo seu peso no universo de negócio de cada país, quer pela capacidade de agir como impulsionador de tendências. Sem referir directamente estes aspectos, Martin Taylor destaca os esforços da Microsoft junto do mercado da Administração Pública enumerando programas desenvolvidos ao longo do último ano - como o GDP que cede partes do código do Windows aos governos - e admitindo que da estratégia de manutenção de presença nos principais mercados faz também parte a intenção de entrar em novas áreas como o eGov ou a educação.




Presente no encontro, Ashim Pal responsável pela mesma área para a EMEA, diz, no entanto, que na Europa a penetração do Linux é menos significativa que noutros mercados, enquanto sublinha a importância de um trabalho próximo com os parceiros na tomada de decisões e no suporte aos seus negócios.




Relativamente à Europa e outros mercados ambos enumeram um conjunto de factores que, afirmam, no último ano são cada vez mais ponderados pelas empresas. Contra as plataformas open source destacam a dificuldade de migração de aplicações de alta complexidade entre soluções de fabricantes diferentes e a existência de falhas de segurança que durante algum tempo se atribuíam exclusivamente ao software proprietário da Microsoft. No que respeita ao trabalho feito na casa, Martin Taylor destaca os níveis de integração do software Microsoft.




Ambos os responsáveis estão em Portugal para participar num encontro que traz responsáveis internacionais da Microsoft.




Recorde-se que no último ano a empresa desenhou e implementou um conjunto de programas dirigidos a parceiros de negócio e grandes clientes, sobretudo governos, que integram a nova estratégia da companhia para concorrer com a alternativa Linux, que no mesmo espaço de tempo tem vivido avanços e recuos no mercado global de software.




Entre os programas anunciados pela Microsoft com este objectivo destacam-se o programa de parceiros que prevê uma aproximação aos parceiros locais no desenvolvimento de soluções e na definição de estratégias comerciais, o programa GDP que cede porções do código fonte do Windows aos governos, prevendo ainda a cooperação do grupo no desenvolvimento de soluções à medida e mais recentemente o Windows XP Starter Edition que visa distribuir uma versão simplificada do Windows em países em vias de desenvolvimento com elevado potencial tecnológico e taxas significativas de pirataria, também este em coordenação com os governos.




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