A filial portuguesa da Microsoft anunciou hoje uma aliança estratégica com a Universidade da Beira Interior (UBI) na qual assume o papel de parceiro tecnológico. O projecto, denominado Hipercâmbio- High Performance Computing Applied to Medical Data and Bioinformatics, tem como objectivo promover a investigação científica nos casos de diagnóstico de cancro da mama em Portugal.



A Faculdade de Medicina da UBI estará associada ao projecto através do fornecimento de material de investigação, neste caso, de imagens de mamografias. O processo de diagnóstico passará pela análise comparativa da base de análises fornecida pela faculdade e será extensível a outras análises que permitam aumentar o nível de diagnóstico e incentivar à criação de sistemas de detecção mais precisos.



Assumindo-se como a primeira iniciativa do género em Portugal, o Projecto Hipercâmbio terá uma duração mínima de três anos e um investimento associado de "100 mil euros por cada aluno de doutoramento envolvido no projecto", explicou Vítor Santos, responsável pela gestão do laboratório e pela coordenação do projecto.



A ambição da Microsoft passa pela melhoria da precisão do diagnóstico. Numa primeira fase "o projecto contará com a colaboração de quatro pessoas, incluído dois estudantes de doutoramento residentes".



De acordo com Vitor Santos, o contributo da empresa passará pela disponibilização do Laboratório de High Performance Computing, na sede da empresa em Porto Salvo, uma infra-estrutura que custou cerca de 20 mil euros à organização. O hardware utilizado neste processos consiste numa plataforma formada por 16 nós, cada um deles com processador Intel Core 2. No futuro, dependendo das necessidades exigidas pelo processo de investigação, as "16 máquinas poderão ser estendidas a mais nós".



A Microsoft garante que a complexidade dos processos de investigação neste sector implicam elevada capacidade de processamento, a utilização de algoritmos de processamento paralelo e de HPC. A utilização do know-how e as capacidades tecnológicas fornecidas pela empresa, são vistas por Nuno Duarte, como uma forma de incentivo à "criação de uma verdadeira indústria de software HPC em Portugal".



A iniciativa será dividida em três fases. A primeira etapa passa pela segmentação de objectos 2D, 3D e 4D em dados ecográficos relativos ao cancro da mama. Numa segunda fase será efectuada a reconstrução 2D e 3D e, por fim, será implementada a etapa dedicada à bioinformática.



Os primeiros resultados científicos estão previstos para o segundo ano do projecto.



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