Portugal produz, todos os dias, cerca de 600 milhões de mensagens de spam, sendo responsável pelo envio de 0,3 por cento do correio não solicitado que circula em todo o mundo.

Os dados são referidos por um responsável da M86 Security , em entrevista ao Diário Económico, que destaca contudo que o valor está muito abaixo do registado pelos Estados Unidos, país entre os líderes e responsável por mais de 40 por cento de todo o spam mundial.

Bradley Anstis, vice-presidente da área de estratégia técnica na M86, acrescenta ainda que circulam em todo o mundo mais de 200 mil milhões de mensagens por dia.

No seu conjunto, as actividades ligadas ao cibercrime geram, actualmente, uma receita global superior a 100 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros), valores que têm tendência para aumentar, à medida que os “piratas” aperfeiçoam as técnicas utilizadas.

“Os perigos da internet de hoje são muitos. O software é desenvolvido tendo em conta os ataques já conhecidos, mas o que os atacantes fazem é tornar os ataques muito dinâmicos, ou seja, basicamente os vírus estão sempre a mudar”, explica o responsável ao jornal. “Quando o anti-vírus chega aos consumidores, o vírus na realidade já mudou. Hoje, tem de ser um sistema de segurança muito reactivo. Esta é uma área de muita inovação neste momento”.

Os dados da M86 Security Labs, empresa que no Verão passado descobriu uma nova versão do cavalo de tróia Zeus , indicam ainda que cerca de 15 por cento das organizações a nível mundial foram atacadas por algum vírus nos últimos 12 meses.

Recorde-se que, recentemente, um relatório da McAfee apontava para o surgimento de 60 mil novas peças de malware todos os dias, um número que quadruplica os valores apurados em 2007. A empresa de segurança revelava que só este ano, até final do terceiro trimestre, já identificou 14 milhões de novas peças de malware, mais um milhão que no ano passado pela mesma altura.