Numa altura em que a pandemia de COVID-19 obrigou as empresas a adaptarem-se rapidamente para responder às necessidades de teletrabalho, ou mesmo o ensino em casa, as empresas começam a olhar o futuro assente nesta realidade de trabalho híbrido. Um estudo da Aruba, uma empresa da Hewlett Packard Enterprise, sugere que os gestores de TI, na região da EMEA, estão dispostos a investir mais em tecnologias de rede baseadas na cloud e em Inteligência Artificial (IA), como parte integrante dos seus planos de recuperação.

O estudo sugere que os gestores de TI estão a responder aos desafios associados à capacitação de uma força de trabalho altamente distribuída e à tendência do local de trabalho híbrido: os profissionais a terem mais necessidades de se movimentar de forma fluida entre o trabalho no escritório, em casa e em trânsito. Dessa forma, procuram desenvolver as suas infraestruturas de rede e transitando de um modelo CapEx para soluções consumidas “as a service”.

É referido que a adoção de serviços de TI consumidos através de modelos de subscrição vai acelerar em 41% ao longo dos próximos dois anos, sendo que a percentagem das empresas que adquirem a maioria das suas soluções de TI no modelo “as a service” crescerá em aproximadamente 74% neste período.

tek cloud
tek cloud

Segundo Morten Illum, vice-presidente da Aruba, “o local de trabalho como o conhecíamos mudou significativamente e para cumprir as novas normas, como o distanciamento social e experiências sem contato, os escritórios precisam de contar com a tecnologia certa para oferecer conectividade, segurança e suporte de nível empresarial. E tudo isto enquanto atravessamos um ambiente financeiro cada vez mais desafiador, que está a estimular os decisores de TI a optar pelo risco reduzido e pelas vantagens de custo que um modelo de subscrição proporciona”.

A Aruba consultou 2.400 gestores de TI em mais de 20 países, olhando para oito sectores-chave, para responder ao inquérito, sobre os desafios causados pela COVID-19.

Qual foi o impacto da COVID-19?

- 20% descrevem o impacto sobre os seus colaboradores como "significativo" (layoffs ou despedimentos), enquanto 48% consideraram esse impacto "moderado" (reduções temporárias em algumas funções) e 23% "reduzido" (muito poucos empregos afetados).

- Na EMEA, a Rússia (27%), os Emirados Árabes Unidos (25%), a Suécia e a França (ambos com 24%) tiveram a classificação mais elevada em termos de impacto "significativo", com a Espanha (13%) e a Holanda (15%) significativamente mais abaixo.

- 74% afirmaram que os investimentos em projetos de rede foram adiados ou atrasados desde o início da crise pandémica e 30% indicaram que os projetos foram totalmente cancelados.

- Os cancelamentos de projetos foram maiores na Suécia (59%) e menores na Itália (11%), mostrando que também há disparidades significativas entre países da mesma região, enquanto 37% dos gestores de TI dos sectores da educação e 35% da indústria hoteleira contam que tiveram que cancelar os seus projetos.

Mas há também uma visão positiva e os gestores de TI planeiam manter ou mesmo aumentar os seus investimentos em networking, naquilo que será a sua estratégia para as novas necessidades de clientes e funcionários.

Os planos de investimento:

- 38% dos gestores de TI planeiam aumentar os investimentos em networking baseado na cloud, com 45% a manifestar a intenção de manter o mesmo nível e 15% a reduzi-lo. A região APAC foi a líder global, com 45% dos responsáveis a declarar a intenção de realizar maiores investimentos em networking baseado na cloud, comparativamente com os 32% na EMEA. Com as soluções cloud que permitem a gestão remota da rede em grande escala, estes recursos são particularmente atrativos para as equipas de TI quando não é possível estar no local ou representa um desafio.

- Os gestores de TI também procuram ferramentas melhoradas que permitam monitorizar e ter total visibilidade sobre a rede, com 34% dos gestores inquiridos a manifestar intenção de aumentar o seu investimento em análise, enquanto 48% indicam que o manterão nos mesmos níveis e 15% que o irão reduzir.

- As conclusões do estudo apontam também para a crescente importância das tecnologias inovadoras que simplificam a vida das equipas de TI ao automatizar tarefas repetitivas: 35% dos responsáveis de TI planeiam aumentar os seus investimentos em tecnologias de rede baseadas em IA, com a região da APAC à frente com 44% e a EMEA e as Américas com 30%.

Valor e flexibilidade geram procura por modelos alternativos de consumo:

- 50% dos gestores na EMEA dizem que vão explorar novos modelos de subscrição para aquisição de hardware e/ou software, 51% serviços geridos para hardware/software pronto a usar e 29% leasing financeiro: tudo como resultado do impacto da COVID-19. Isto reflete a necessidade crescente de modelos financeiramente mais flexíveis no atual ambiente desafiador que vivemos.

- Os modelos de networking por subscrição são mais populares na APAC (61%) do que nas Américas (52%) ou na EMEA (50%) e, por países, a maior procura regista-se na Turquia (73%), Índia (70%) e China (65%).

- As indústrias globais com maior probabilidade de considerar modelos de subscrição são a hoteleira (66%), tecnologia e telecomunicações (58%) e educação (57%). O impacto da pandemia nas equipas de TI tornou-se notório na crescente vontade de contar com mais flexibilidade e previsibilidade nos gastos, e menores risco e custos de capital inicial.

- Em forte contraste, apenas 8% dos gestores entrevistados planeiam continuar com investimentos CapEx, embora a proporção seja maior na Holanda (20%), EUA (17%), Espanha (16%) e França (15%). Em todas as indústrias, 15% no retalho, distribuição e transporte continuarão a concentrar-se exclusivamente em investimentos CapEx, contra apenas 5% nos sectores da educação e das tecnologias e telecomunicações, e ainda 2% na indústria hoteleira.