O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores do Porto (INESC) e o Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) apresentam, durante esta semana, um robot submarino desenvolvido pelas duas instituições, que terá como destino o Brasil.

O Trimares, assim se chama o robot, é o primeiro projecto saído da recém-criada Unidade de Robótica, que une 42 investigadores das duas entidades, e segundo os seus criadores "é capaz de inspeccionar estruturas de barragens e o assoreamento das bacias, com grau de precisão na ordem dos centímetros e em tempo real".

O objectivo é que o submarino-robô faça uma recolha automática de informação, permitindo a detecção antecipada de anomalias e a análise do nível de risco de barragens com maior precisão e menos custos do que os processos tradicionais.

Esta tecnologia é a evolução do robô Mares, que tem sido utilizado pelo Grupo Águas de Portugal na monitorização da qualidade das águas costeiras portuguesas, e vai ser utilizado no primeiro trabalho conjunto de consultoria internacional que o novo Grupo de Robótica se prepara para executar no Brasil.

A fusão entre os grupos de robótica do INESC Porto e do ISEP partiu de um movimento de bases iniciado pelos próprios investigadores, cujos objectivos passam por optimizar recursos, incrementar massa crítica e sinergias e fortalecer a capacidade científica e tecnológica de ambas as instituições, explica-se num comunicado enviado à imprensa. " A partir de agora vai ser possível aumentar e melhorar as actividades de transferência e de comercialização de tecnologia portuguesa para mercados em forte expansão, como é o caso do Brasil".

Mesmo no contexto nacional, esta Unidade de Robótica pretende reunir novas competências necessárias para dar resposta às necessidades da economia do Mar (segurança marítima, indústria naval, náutica de recreio e pesca, conservação e transformação do pescado) e para desenvolver I&D com aplicação nas tecnologias de produção automatizadas para o mercado dos equipamentos industriais.

Nota de Redacção: O texto foi alterado para corrigir a utilização do termo "faculdade", que caracterizava erradamente o INESC, como apontado por um dos nossos leitores.