O governo de Singapura começou a distribuir aparelhos Bluetooth que vão ajudar as autoridades a monitorizar a disseminação do novo coronavírus. O gadget, de seu nome TraceTogether, é uma alternativa à aplicação móvel desenvolvida pelo executivo.
O aparelho está a ser divulgado como sendo uma solução para os cidadãos que não têm ou preferem não usar um smartphone, mas nem por isso deixa de levantar algumas questões relacionadas com a privacidade dos utilizadores. O executivo diz, no entanto, que os dados são devidamente encriptados e eliminados 25 dias após a sua recolha. É importante sublinhar, também, que estes dados não podem ser acedidos remotamente, uma vez que os aparelhos não têm ligação à internet, capacidade celular ou GPS.
As primeiras unidades estão a ser distribuídas a idosos sem familiares ou outras pessoas próximas que possam prestar auxílio. Neste primeiro grupo de beneficiários estão também pessoas com problemas de mobilidade.
O TraceTogether terá um código QR para identificação e tem uma autonomia de nove meses, pelo que não precisa de ser recarregado. O Bluetooth serve para comunicar com outros aparelhos do género, bem como com smartphones que tenham a app instalada. A ideia é criar uma rede através do cruzamento de sinais, para dar uma ideia mais fidedigna dos contactos humanos que vão acontecendo entre a população. Note que os utilizadores são alertados, caso estejam perto de uma pessoa infectada com o novo coronavírus.
Caso o utilizador acuse positivo num teste, os dados recolhidos pelo aparelho são descarregados para que as autoridades identifiquem as outras unidades com que foi estabelecido contacto e possam avisar outros utilizadores que estiveram perto de uma pessoa infectada.
O governo reitera a importância de utilizar uma destas duas soluções, especialmente durante a reabertura da economia que acontece numa altura em que foram registados 213 novos casos no país, no passado domingo. Singapura, que tem uma população de, aproximadamente, 5,6 milhões de pessoas, registou já 43.459 casos de Covid-19.
A utilização de aplicações de rastreamento de contactos é uma das ferramentas que estão a ser adotadas a nível global para identificar contactos de proximidade com pessoas que podem ser identificadas como positivas à COVID-19. As apps estão nos tops de downloads nos vários países mas a Amnistia Internacional já alertou para falhas de privacidade e de segurança em algumas aplicações. Em Portugal o INESC-TEC está a desenvolver a app STAYAWAY COVID que a CNPD também já avaliou.
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