Depois de cerca de 10 anos como um dos porta-estandartes mundiais da aposta no software livre, o governo da região da estremadura espanhola quer abandonar o seu projeto de implementação de novas tecnologias baseadas em programas de código aberto e passar a adotar soluções apenas em função do seu custo.

Os responsáveis políticos da região consideram que a Estremadura deve passar do conceito de software de código aberto para modelos de conhecimento aberto, mesmo que tenham de se estabelecer acordos com empresas de software proprietário.

"Devem-se procurar as melhores soluções para cada caso, sejam ou não de código aberto, e tendo sempre em conta o seu custo, um aspecto que se depreciou anteriormente e que levou a Administração a assumir gastos que excediam o lógico e o necessário", referiu a vicepresidente do governo da Estremadura e conselheira para o Emprego e Inovação, Cristina Teniente, citada pelo El Mundo.

Deputados do PSOE, partido no poder quando a região espanhola implementou o projecto, já anunciaram que querem travar esta mudança na Assembleia. Alegam que têm defendido o modelo, sobretudo na Educação e na Saúde, por duas razões fundamentais: o custo económico por um lado, que é quase sempre menor, e por outro o retorno que cria para a sociedade que a região administrativa invista num software reutilizável por qualquer um, por ser aberto, ou seja, "fazer com que os dinheiros públicos regressem ao cidadão".

Os mesmos deputados olham para a decisão como uma tentativa de apagar qualquer rasto do PSOE do governo da Estremadura, depois da vitória do PP nas últimas eleições para a região autónoma.

A aposta da Estremadura no software livre começou a ser desenhada em 1999, mas foi em 2002, com o desenvolvimento do LinEx (GNU/LinEx), uma adaptação do Debian, uma distribuição do sistema operativo GNU/Linux, que a região autónoma espanhola se destacou mundialmente pela sua opção, na qual assentava toda a Rede Tecnológica Educativa.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico