Uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) está a desenvolver um sistema baseado em inteligência artificial (IA) e machine learning (ML) destinado a monitorizar as pegadas ambientais na agricultura.

O projeto “Pegada 4.0” foca-se em cinco indicadores essenciais: dióxido de carbono, recursos hídricos, poluição difusa, paisagem e biodiversidade. O objetivo é medir e reduzir o impacto ambiental das práticas agrícolas, promovendo uma produção mais sustentável.

A metodologia usada inclui a recolha de dados multimodais, abrangendo medições de temperatura e humidade, imagens de insetos e plantas, registos sonoros de aves, entre outros. O objetivo é integrar e analisar estas informações, permitindo a identificação automática das espécies e a deteção de novas ao longo do tempo, através de modelos de IA dinâmicos, explica-se em comunicado.

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A SmartAg, uma aplicação desenvolvida no âmbito deste projeto, permite aos agricultores submeter imagens e sons em tempo real para análise científica. A app é usada para registar evidências das espécies, indicando qual a espécie, coordenadas e hora do registo.

Essas imagens serão classificadas automaticamente através de modelos inteligentes. Numa fase inicial, os agricultores apenas têm que validar se a classificação da IA está correta, ajudando a melhorar continuamente os modelos.

O projeto quer representar um avanço significativo na agricultura de precisão, apostando em modelos de IA e machine learning dinâmicos para uma maior eficiência. “Pretendemos implementar estes modelos em hardware de baixo custo, tornando o processo mais eficaz, desde a conceção até à implementação no terreno”, refere-se em comunicado.

Conta com a participação de 20 parceiros agricultores e diversas herdades, que colaboram ativamente na monitorização ambiental, entre eles a empresa Agroinsider, ligada à Universidade de Évora.

“Com esta abordagem inovadora, espera-se que a agricultura portuguesa se torne mais eficiente e amiga do ambiente, estabelecendo um novo padrão para a gestão agrícola sustentável”, conclui a equipa.