A IBM anunciou recentemente uma nova tecnologia de storage designada iBoot, que permite que PCs e servidores recorram a redes informáticas para guardarem e acederem a dados em discos rígidos remotos, tornando-se estes o seu principal repositório de dados, em vez de drives internas.



Este computador "sem disco" inicia um sistema operativo a partir de uma máquina geograficamente distante. Para além de permitir o acesso a uma maior capacidade de storage, os investigadores da companhia afirma que o armazenamento centralizado de dados em lugar de drives internas pode ajudar as empresas a reduzirem os custos de manutenção dos PCs, poupando dinheiro em processos como actualização de software para os PCs.



A tecnologia iBoot poderá eventualmente aumentar o desempenho dos servidores ao possibilitar que os fabricantes construam servidores mais pequenos e sem disco que podem ser juntados mais proximamente entre si numa rack. Desenvolvido por cientistas do Laboratório de Investigação da IBM em Haifa, Israel, emprega o padrão de redes iSCSI, que é relativamente novo e que tira partido do protocolo comum IP para estabelecer uma ligação entre o PC e o disco rígido remoto.



A invenção da IBM apresenta-se assim como uma alternativa às Storage Area Networks (SANs), que têm vindo a ganhar popularidade às configurações tradicionais cliente-servidor devido à sua capacidade de tratarem eficientemente os dados. É que as SANs requerem uma infra-estrutura de comunicações especializada chamada Fibre Channel que é muito mais dispendiosa do que a infra-estrutura comum do protocolo IP, presente em quase todas as empresas.



O iSCSI é um novo padrão para redes de storage que integra os comandos SCSI (Small Computer System Interface) utilizados para comunicar com discos e transmite-os através da rede IP já existente. Mas o ISCSI não concorre em melhores condições que o Fibre Channel apenas em termos de custo, mas também de velocidade, já que se prevê que ultrapasse essa tecnologia, dado que se prevê que as velocidades atingidas pelo padrão Ethernet passem de 100 Mbps para 1 ou até 10 Gbps no futuro próximo.



Esta tecnologia desenvolvida pela IBM é semelhante, em teoria, com a que é empregue na computação baseada em mainframes. Mas apesar de centralizar alguns aspectos de um PC, difere dos computadores centralizados em vários pontos, dado que, com a iBoot, cada PC continua a utilizar o seu próprio processador e outros componentes de hardware, evitando assim a concorrência com outras máquinas pelo poder de processamento partilhado num mainframe.



É apenas atribuído espaço de armazenamento de dados aos computadores num determinado disco rígido remoto ou espaço partilhado numa drive remota com mais capacidade, permitindo que os utilizadores mantenham os seus próprios dados e que continuem a aceder ou a guardar ficheiros como se nada tivesse mudado.



A tecnologia pode ser incorporada em PCs pelo preço de um adaptador iSCSI. Os seus principais componentes são o adaptador e uma actualização de software. Apesar de estar inicialmente destinada a empresas de dimensão média, a IBM considera que existe um potencial para a iBoot nos portáteis e PCs desktop.


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