As vendas de ebooks no mercado norte-americano aumentaram 115,8 por cento no primeiro mês deste ano, face ao mesmo período de 2010, revela o relatório da Associação de Editores Americanos (Association of American Publishers - AAP).

De acordo com os dados divulgados pela associação, em Janeiro de 2011 as vendas online de livros electrónicos atingiram os 69,9 milhões de dólares (cerca de 49,4 milhões de euros). Um ano antes o valor não ultrapassava os 32,4 milhões de dólares (22,8 milhões de euros), realçam.

Os números confirmam uma tendência que contraria as quebras registadas nas vendas de livros impressos, e que se vem verificando nos últimos nove anos, altura em que os ebooks passaram a entrar nas "contas" da AAP, faz notar a organização numa nota à publicação.

Apesar do entusiasmo de alguns e da constatação do sucesso das novas plataformas de leitura, há autores que vêm na "vertiginosa ascensão dos livros electrónicos" um perigo, na medida em que pode conduzir à criação de uma divisão entre aqueles que não podem comprar este tipo de dispositivos, escreve hoje o El Mundo, com base nas declarações de "alguns reconhecidos escritores".

Os responsáveis falam em mais um "dividendo digital", entre os que têm e os que não tem possibilidade de adquirir este tipo de equipamentos. A escritora Marita Golden, citada pelo jornal, defende que as comunidades afro-americanas, onde muitos ficam para trás na alfabetização, são uma das principais preocupações.

"A minha maior preocupação é que a tecnologia continue a aumentar essa diferença. Não se trata só do fosso digital, mas também uma divisão no próprio acesso à leitura, se ler se tornar uma actividade dependente da tecnologia", explicou.