Depois de a Amazon ter expulsado a Parler dos seus servidores, a empresa de Jeff Bezos vê agora as consequências dessa decisão. A rede social, vista como uma das alternativas mais populares entre os apoiantes do presidente cessante Donald Trump, está a processar a gigante tecnológica por alegadas violações antitrust.

Num processo do Tribunal Distrital Ocidental dos Estados Unidos, com data de 11 de janeiro, a Parler defende que “a decisão da AWS de encerrar efetivamente a conta de Parler é aparentemente motivada por uma aversão política". Mas a rede social, que tem sido cada vez mais popular nos Estados Unidos, não se fica por aqui.

A Parler acusa ainda a Amazon de favorecer o Twitter, ao referir-se a uma tentativa de reduzir a concorrência no mercado de serviços de microblogging. De notar, que o Twitter é um grande cliente da AWS e a Parler uma “ameaça” à rede social que baniu permanentemente Donald Trump.

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De acordo com a informação do processo, sabe-se também que a Parler acusa a Amazon de uma fuga de informação. A rede social suspendeu a entrada de jornalistas na plataforma e a Parler garante que esses dados foram comunicados antes de serem enviados aos administradores do website.

Por último, Parler afirma que a Amazon está perante uma situação de violação de contrato, por não ter dado o aviso de antecedência de 30 dias estipulado. No entanto, existe uma exceção para esta regra: se uma “violação material permanecer sem solução por um período de 30 dias” após o aviso.

De qualquer forma, num email anexado no processo é possível perceber que a Amazon reporta problemas já há algumas semanas. Entretanto, a empresa de Jeff Bezos já veio criticar esta acusação, dizendo que não apresenta qualquer fundamento. Reforçando o período de várias semanas em que reportou os problemas que se faziam notar, e citada pelo Techcrunch, a gigante tecnológica garante que “há conteúdo significativo na rede social que incentiva e incita à violência contra outras pessoas, e que Parler não pode ou não deseja identificar e remover prontamente esse conteúdo, o que é uma violação dos nossos termos de serviço".

De notar, no entanto, que para além da Amazon também a Google e a Apple apertaram o cerco à Parler, bloqueando a app das suas lojas digitais.

Que redes sociais bloquearam Donald Trump?

Depois da invasão do Capitólio por parte de manifestantes do presidente cessante dos Estados Unidos, as redes sociais tomaram medidas. Numa fase inicial, as reações foram mais leves, mas não tardou para anunciarem “castigos” mais severos.

O Facebook e o Instagram decidiram suspender por um período indeterminado Donald Trump, pelo menos até 20 de janeiro. Já o Twitter optou por tomar uma medida mais drástica e baniu permanentemente a conta do presidente cessante.

Em causa está o comportamento de Donald Trump depois do ataque ao Capitólio. Apesar das atitudes condenáveis dos seus manifestantes, o presidente cessante não deixou de frisar o “amor” que tinha por eles.