A "relação" entre o Twitter e Donald Trump não tem sido a mais pacífica nos últimos tempos e a rede social voltou a desafiar o presidente cessante dos Estados Unidos, depois dos ânimos exaltados no Capitólio, que levaram a pelo menos quatro mortes. Desta vez, o Twitter bloqueou a conta de Donald Trump e ameaçou bani-lo para sempre, para além de remover três tweets. As redes sociais Instagram e Facebook também seguiram o mesmo exemplo.

De acordo com a imprensa internacional, um dos tweets do presidente dos Estados Unidos integra um vídeo onde Donald Trump continua a defender que os resultados das eleições não correspondem à verdade. Mas o magnata vai mesmo mais longe e, apesar de encorajar os manifestantes a dispersarem depois da violência que marcou a madrugada desta quinta-feira, reitera o "amor" que tem por eles.

Face ao comportamento de Donald Trump, a rede social tomou uma medida severa. Para além de eliminar três tweets, desde por volta da meia noite que a conta de Donald Trump se encontra bloqueada. O Twitter explicou ainda que essa restrição está em vigor durante 12 horas e, caso os tweets não sejam apagados, a conta vai permanecer bloqueada.

Até ao momento a rede social ainda não esclareceu se a conta continua bloqueada ou não.

Quer isto dizer que o presidente cessante dos Estados Unidos não consegue tweetar, retweetar ou gostar de algum tweet enquanto a conta estiver bloqueada. E, tal como o Twitter deixa claro na sua página, "violações reincidentes das regras do Twitter poderão levar à suspensão permanente". Por isso, a rede social ameaça mesmo a suspensão permanente da conta @realDonaldTrump caso continue a não cumprir com as regras da rede social de Jack Dorsey.

A decisão do Twitter acontece depois da madrugada que vai ficar, certamente, marcada para a história. Durante a sessão para ratificar a vitória do democrata Joe Biden nas presidenciais, no Congresso em Washington, nos Estados Unidos, um conjunto de manifestantes que apoiavam Donald Trump entrataram no Capitólio, o que levou à suspensão da sessão durante algumas horas.

De acordo com a agência de notícias Associated Press o incidente levou à morte de, pelo menos, quatro pessoas. Entretanto, Donald Trump já veio dizer que "haverá uma transição ordeira" do poder para o presidente eleito, Joe Biden, após o Congresso concluir a certificação da vitória dos democratas nas Presidenciais.

Facebook segue exemplo do Twitter, mas bloqueio é mais severo

Na madrugada desta quinta-feira também o Facebook anunciou o bloqueio da conta de Donald Trump, mas, neste caso, durante 24 horas. A medida aplica-se também ao Instagram.

A decisão surge também depois da “invasão” ao Capitólio por parte de manifestantes pró-Trump. O Facebook garante que registou duas violações de política do presidente cessante dos Estados Unidos.

Entretanto, Mark Zuckerberg veio anunciar na tarde desta quinta-feira que afinal as contas do presidente cessante dos Estados Unidos estão suspensas por tempo indeterminado. Certo é que pelo até menos até dia 20 de janeiro, data em que termina a sua presidência, Donald Trump não vai poder publicar nada nas suas contas.

"Guerra" entre Trump e as redes sociais não é de agora

Certo é que as redes sociais estão cada vez mais atentas ao comportamento de Donald Trump. Em agosto de 2020, o Facebook eliminou pela primeira vez um post de Donald Trump, enquanto o Twitter apagou um tweet da conta da campanha eleitoral do presidente dos EUA. Em causa estão declarações do magnata onde afirma que as crianças são "praticamente imunes" à COVID-19, com as redes sociais a considerarem desinformação.

Antes disso, em junho um tweet de Donald Trump foi assinalado pela primeira vez como "manipulação dos media". O conteúdo integra um vídeo que dá a entender que a CNN teve um comportamento racista. Algo que não corresponde à realidade e que o Twitter fez questão de esclarecer.

Tendo em conta a famosa controvérsia dos tweets de Donald Trump, a rede social chegou mesmo no final de dezembro do ano passado a criar uma nova etiqueta para sinalizar tweets de Donald Trump. A etiqueta surgiu em resposta a mais um tweet onde Trump diz ter vencido as eleições.

As decisões que as redes sociais têm tomado é um culminar de tensão entre Donald Trump e as plataformas. Já em 2019, o Twitter emitiu um comunicado onde sublinhou que os líderes políticos presentes na plataforma não estão acima das regras e em 2020 o presidente dos Estados Unidos ameaçou “castigar” as redes sociais por fazerem fact-checking às publicações. Ainda assim, a verdade é que, apesar das diversas infrações nos termos de utilização da rede social, Donald Trump tem privilégios como “líder mundial”. Algo que vai terminar a 20 de janeiro de 2021.

Nota de redação: notícia atualizada com as decisões mais recentes do Facebook às 17h00 de 7 de janeiro.

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