Com a pandemia de COVID-19, as aulas passaram para o mundo online. Em Portugal, 1,2 milhões de alunos voltaram ao modelo de ensino à distância em fevereiro deste ano devido ao agravamento da crise de saúde pública. Além das dificuldades da transição para aprendizagem remota, muitos estudantes e professoras estão vulneráveis às ameaças online. Os mais recentes dados da Kaspersky revelam que de julho a dezembro de 2020, mais de 200 mil utilizadores encontraram várias ameaças "disfarçadas" de plataformas de ensino online.

Os investigadores da empresa de cibersegurança indicam que, de janeiro a julho do ano passado, o número de vítimas de ameaças que se faziam passar por plataformas legítimas de ensino online ou de aplicações de videconferência foi de 168.550. O valor representa um aumento de mais de 20% em comparação com o período homólogo em 2019.

O número de vítimas continuou a crescer ao longo de 2020 e, de julho a dezembro, passou para 270.171, num aumento de 60% face ao primeiro semestre de 2020.

Investigação Kaspersky | Aulas Online
Comparação dos utilizadores vítimas de ameaças em plataformas de ensino/videoconferência online (janeiro-junho vs julho-dezembro de 2020) créditos: Kaspersky

O Zoom costuma ser o “isco” mais frequentemente utilizado pelos cibercriminosos, dado à sua popularidade, seguindo-se o Moodle e o Google Meet. O número de utilizadores que se depararam com ameaças aumentou em todas as plataformas, com exceção da Google Classroom.

A investigação detalha que cerca de 98% das ameaças encontradas se relacionam com riskware ou adware. A primeira ameaça consiste na receção de ficheiros, incluindo barras de navegação, gestores de downloads e ferramentas de administração remota, que podem realizar múltiplas ações nos equipamentos sem o consentimento dos utilizadores. Já a segunda consiste envolve anúncios indesejados. Os trojans representaram cerca de 1% das ameaças encontradas.

“Infelizmente, até que todos os estudantes estejam de volta às salas de aula tradicionais, as instituições de enino continuarão a ser um alvo para os cibercriminosos, especialmente porque este é um setor que não tem dado prioridade à cibersegurança. Contudo, a pandemia tornou claro que isto tem de mudar, porque a tecnologia está cada vez mais incorporada na sala de aula – seja ela virtual ou não”, afirma Anton Ivanov, especialista em segurança da Kaspersky.

A segurança das salas de aula virtuais deve ser uma prioridade e, para ajudar a proteger os alunos e professores contra as crescentes ameaças em plataformas digitais, a Direção-Geral da Educação, em parceria com o SeguraNet, o Centro Nacional de Cibersegurança e a Comissão Nacional de Proteção de Dados disponibilizaram ainda no ano passado um conjunto de recomendações práticas.

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