Os hábitos da população americana não foram afectados pelos ataques do onze de Setembro, pela guerra ou pelo terrorismo. Os níveis reportados de leitura, de visionamento e de audição de notícias não são diferentes daqueles que se observaram na primavera de 2000. Somente uma pequena percentagem da população expressa um interesse geral em notícias nacionais e internacionais mas a sua atenção também não vai para além de notícias sobre terrorismo.

O estudo conduzido pelo Pew Research Center demonstra que nos passados meses, quatro em dez americanos prestaram bastante atenção ao conflito Israel-palestina mas nenhuma outra notícia internacional parece atrair mais atenções que no passado com seis por cento das pessoas atentas ao golpe de estado na Venezuela e o mesmo número a seguir atentamente as eleições presidenciais francesas.

No entanto, o número de americanos interessados em notícias internacionais aumentou de 14 por cento para 21 por cento nos últimos dois anos. Apesar da maioria do público (61%) só se interessar por notícias internacionais quando acontece alguma coisa mais grave, trinta e sete por cento estão constantemente interessados na cobertura destas notícias. Na generalidade, as notícias nacionais e locais são responsáveis por atrair maior número de atenções com cinquenta e três e cinquenta e seis por cento respectivamente.

A maior parte do aumento no interesse em notícias internacionais faz-se notar em segmentos mais instruídos da população como americanos ricos, formados ou pessoas mais velhas. Os mais jovens, menos escolarizados e mais pobres não estão mais interessados neste tipo de notícias que no passado. Os mais jovens continuam mesmo a registar menores níveis de consumo de notícias que outras gerações anteriores comparativamente ao mesmo período.

O estudo evidencia uma maior inibição relativamente às notícias internacionais por parte do público que tem menos background nesta área, com 65 por cento dos inquiridos com interesse baixo ou moderado em notícias internacionais a responder que muitas vezes perdem o interesse nestas histórias devido à falta de informação que têm ou à excessiva cobertura de guerras e violência para além das histórias serem muito repetitivas.

Vinte cinco por cento dos americanos consultam notícias pela Internet pelo menos três vezes por semana (23 por cento em 2000) mas o impacto destas notícias é mais substancial em pessoas com menos de trinta anos em que as notícias online têm uma adesão como qualquer outro formato excepto a televisão com as notícias locais, indica o estudo.

Em curva descendente está também a leitura de jornais diários com quarenta e um por cento dos inquiridos a responder que lêem o jornal contra quarenta e sete por cento em 2000 e quarenta e oito por cento em 1998. Desde 1991 que uma grande proporção deste decréscimo se faz sentir na categoria dos trinta e cinco a quarenta e nove anos.

Neste estudo, os inquiridos afirmaram dispender aproximadamente quinze minutos por dia para ler um jornal contra dezanove minutos por dia em 1994. A média de visualização de notícias pela TV é de cerca de vinte e oito minutos (o mesmo que em 2000) mas muito por baixo dos trinta e oito minutos registados em 1994. O tempo despendido para ouvir notícias de rádio não variou nos últimos anos com uma média de audição de dezasseis minutos por dia.

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