No ano passado, a Apple deu a conhecer que tinha planos para implementar nos iPhones uma tecnologia que permitiria detetar imagens de abuso sexual de crianças. Perante críticas e preocupações, a empresa da maçã decidiu adiar o lançamento do sistema. Agora, a tecnológica revela que abandonou os seus planos para a implementação do mesmo.

Em declarações à Wired, fonte oficial da Apple indica que a decisão foi tomada após uma extensa consulta junto de especialistas. “As crianças podem ser protegidas sem que as empresas tenham de percorrer os seus dados pessoais”, realça.

Vamos continuar a trabalhar com governos, organizações que defendem crianças e outras empresas para ajudar a proteger os mais novos, a preservar o direito à privacidade e a fazer com que a Internet seja um lugar seguro para crianças e para todos nós”, afirma a empresa.

No que respeita a medidas de proteção dos mais novos, a Apple quer agora reforçar o desenvolvimento da funcionalidade de comunicações seguras lançada em dezembro do ano passado. A funcionalidade alerta os os mais novos, assim como os pais e educadores, para mensagens com anexos de imagem que podem ser sexualmente explícitos, desfocando o conteúdo.

Apple adia lançamento do sistema que deteta imagens de abuso sexual nas mensagens dos iPhones
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Recorde-se que, inicialmente, o sistema concebido para detetar imagens de abuso sexual de crianças, que Apple batizou de NeuralHash, foi feito para reconhecer as mensagens com este tipo de contéudo, mas sem desencriptar as mesmas.

Caso houvesse uma correspondência, as imagens em questão seriam analisadas por uma pessoa, que notificaria depois as autoridades. A tecnologia era capaz de cruzar as imagens detetadas com materiais que fazem parte de uma lista fornecida pelo norte-americano National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC), assim como outras organizações de proteção de crianças, antes das mesmas entrarem na iCloud.

A medida teve apoiantes, mas também levantou múltiplas críticas e preocupações pela eventual utilização indevida da tecnologia e até uma coligação composta por mais de 90 grupos de defesa de direitos publicou uma carta a apelar à Apple para que abandonasse os seus planos.