Os mais recentes dados da Kaspersky revelam que, no primeiro semestre do ano, o número de ataques DDoS que afetam recursos educativos online aumentou no mínimo 350% por mês, quando comparado com o mês homólogo em 2019.

De acordo com Alexander Gutnikov, especialista em segurança da Kaspersky citado em comunicado, o aumento da popularidade dos recursos de aprendizagem à distância, associado à falta de preparação das instituições, “tornou o setor educativo num alvo ideal para ciberataques”.

Evolução do número de ataques DDoS no primeiro semestre de 2020
Evolução do número de ataques DDoS no primeiro semestre de 2020 créditos: Kaspersky

No entanto, os ataques DDoS não foram as únicas ciberameaças que os estudantes e professores enfrentaram. Entre janeiro e junho, 168.550 utilizadores únicos da Kaspersky encontraram um crescente número de diferentes ameaças disfarçadas de populares plataformas de aprendizagem online ou aplicações de videoconferência, desde o Moodle ao Zoom, passando ainda pelo Google Meet ou Classroom. Em destaque estão ainda múltiplas de phishing e emails que exploravam as plataformas usadas para as aulas à distância.

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A Kaspersky tinha já dado a conhecer que, no segundo trimestre de 2020, foi registado um aumento de 217% no número de ataques DDoS detetados e bloqueados face ao mesmo período no ano passo. Os valores identificados entre abril e junho mantinham a tendência verificada nos primeiros três meses de 2020.

O número médio de ataques registados diariamente no segundo trimestre cresceu 30% face primeiro. O número máximo de ataques detetados num só dia foi de 300, enquanto que o recorde de ataques no primeiro trimestre se manteve nos 242.

Recorde-se que, em Portugal, os ataques DDoS também afetaram o funcionamento do Portal das Matrículas, levando o Governo a decidir pelas matrículas automáticas para a maioria dos alunos.

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O Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) confirmou o ataque decorrido entre as 20 e as 23 horas do dia 6 de julho, indicando que "foram identificados vários momentos com picos de cerca de 1 Gbps, que consequentemente tornaram o serviço indisponível".

O CNCS deu a conhecer que, na altura, não exista conhecimento nem suspeita de que poderia ter sido comprometida a integridade ou confidencialidade dos sistemas informáticos do Portal das Matrículas. Os hackers não terão conseguido aceder a dados dos utilizadores, das matrículas ou das escolas que tiverem sido registadas no sistema, contudo o incidente continuou a ser investigado, tendo em vista a origem dos ataques.