Tal como em Portugal, na oferta da AT&T o "ilimitado" associado aos pacotes de comunicações de dados é um termo que não deve ser entendido no sentido literal. A operadora anunciava serviços de acesso à Internet sem limites de tráfego, mas fixava limites a partir dos quais desacelerava a velocidade das ligações.


A política vale-lhe agora uma multa milionária, com o regulador a considerar que a forma como a empresa anunciava as ofertas induzia os clientes em erro e levava-os a comprar um serviço que não correspondia ao que pretendiam.


Em Portugal a história conta-se da mesma forma. A palavra "ilimitado" já serviu para definir ofertas de banda larga com limites de tráfego mais generosos. A estratégia usada pelos operadores para gerir o tráfego consumido para além do "limite de utilização responsável" também passava por tornar as ligações mais lentas. E cá, como lá, a política irritou consumidores e reguladores nos dois países, mas o desfecho da história é bem diferente nos dois países.


Por cá os operadores foram obrigados a rever a utilização do termo limitado e hoje só podem utilizá-lo se de facto não estabelecerem qualquer limite ao volume de dados enviados e recebidos pelo cliente. A maior parte das empresas substituiu a expressão "ilimitada" por "à vontade".
A multa foi aplicada à AT&T pela Comissão Federal das Comunicações. A AT&T já garantiu que vai recorrer.