O governo de Joe Biden continua a ter as redes sociais na mira como principais veículos de desinformação sobre as vacinas de COVID-19. A Casa Branca acusou diretamente o Facebook e o YouTube como plataformas responsáveis pela partilha de notícias falsas e por não fazerem o suficiente para impedir a sua disseminação. O presidente dos Estados Unidos chegou mesmo a chamar as redes sociais de “assassinas” por serem lentas a impedir a desinformação, refere a Reuters.
É apontado que o principal problema é a inconsistência da vigilância, e a lentidão em decidir o que se qualifica como desinformação nas respetivas plataformas. “O Facebook e o YouTube são o juiz, júri e executores no que diz respeito ao que se passa nas suas plataformas”, foi referido por um membro do governo. Entre as fake news partilhadas constam as que dizem que as vacinas são ineficazes, os microchips que são implementados nas pessoas, e que as mesmas colocam em causa a fertilidade das mulheres.
Quando Joe Biden tomou posse, tinha como objetivo combater a desinformação, e neste momento observa-se um abrandamento na vacinação da população americana, que nem o risco imposto pela variante Delta muda o pensamento daqueles que ainda estão relutantes a serem inoculados.
Foi pedido às redes sociais em fevereiro que ajudassem a eliminar a desinformação em torno da COVID-19. Atualmente as críticas sobem de voz, com as autoridades de saúde a reforçarem que as mentiras espalhadas sobre as vacinas tornam o combate contra a pandemia e o salvamento de vidas, mais difícil. As críticas foram refutadas pela porta-voz do YouTube, Elena Hernandez, que afirma que desde março de 2020, a plataforma removeu cerca de 900 mil vídeos contendo desinformação sobre a COVID-19, assim como fechado canais de pessoas mencionados nos relatórios.
Reforça que as políticas de eliminação se baseiam em conteúdos dos vídeos e não dos locutores em si. “Se os canais mencionados nos relatórios violarem as nossas regras, tomaremos ação, incluindo fechos permanentes”, destaca. O YouTube prometeu ainda introduzir mais conteúdo credível sobre saúde, assim como abas para os utilizadores clicarem.
Já Kevin McAlister, porta-voz do Facebook, disse que removeu 18 milhões de posts ligados a desinformação sobre a COVID-19 desde o início da pandemia. Afirma que os seus próprios dados sugerem que os utilizadores da rede social, hesitantes da vacina, caíram 50% desde janeiro e que a aceitação da mesma é elevada. No sábado, o Facebook pediu ao governo que deixasse de apontar o dedo, descrevendo os passos tomados para encorajar as pessoas a serem vacinadas.
O representante do governo, citado pela Reuters, diz que a mensagem não tem qualquer métrica de medir o sucesso. Afirma ainda que, “ou as plataformas estão a mentir e a esconder a bola, ou não estão a levar a sério o problema”, reforçando que não existe uma analise profunda ao que se passa nas plataformas.
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