Entre fevereiro e março deste ano houve um aumento no número de incidentes registados pelo CERT.PT, passando de 75 para 138. Os dados são do mais recente boletim do Observatório do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS). Depois de ter posto em evidência a falta de medidas de segurança informática por parte das empresas portuguesas, a edição de maio destaca o panorama de incidentes de segurança identificados no contexto da pandemia.
De acordo com o boletim, os ataques de phishing voltam a estar em destaque e, entre fevereiro e março, o CERT.PT registou 57 incidentes. O CNCS refere que os cibercriminosos aproveitaram o isolamento social e o maior nível de utilização da Internet para simular serviços de homebanking e de conteúdos digitais em streaming, assim como lojas online.
Tendo por base um relatório divulgado pelo Ministério Público em abril, o CNCS destaca que as denúncias recebidas pelo Gabinete de Cibercrime aumentaram. Das 20 queixas registadas em fevereiro, o número subiu para 46 em março. Até 16 de abril, houve um crescimento exponencial, atingindo 76 denúncias.
Os ciberataques que recorrem a técnicas de engenharia social para se aproveitar dos receios dos utilizadores são cada vez mais frequentes desde que a pandemia de COVID-19 começou a afetar Portugal.
Segundo o CNCS, os esquemas de phishing que usam o nome de organizações ou autoridades ligadas à saúde, como a OMS, são dos ciberataques mais comuns. As fraudes digitais que recolhem donativos através de crowdfunding para a falsa compra de materiais médicos e as aplicações que prometem fazer o rastreamento da COVID-19, mas que infetam os equipamentos com malware também são frequentes.
As supostas vendas de equipamentos médicos através de websites falsos ou de ofertas fraudulentas estão na “mira” do CNCS, assim como a venda de Kits COVID-19 na Dark Web. Além dos ataques de Ransomware, como o recente caso da EDP, foram também registadas campanhas de desinformação que culpabilizam grupos minoritários e Estados pela pandemia.
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