Nos últimos seis meses, a China aprovou 40 modelos de inteligência artificial para utilização pública. Só na semana passada terão sido aprovados 14, de acordo com a Reuters, que cita a imprensa local. A China tornou obrigatória a aprovação prévia dos grandes modelos de linguagem de inteligência artificial com exposição pública no verão passado e a última ronda de aprovações foi a quarta, desde que a medida entrou em vigor.

Entre as empresas com LLM de IA aprovados pelos reguladores chineses estão a Xiaomi, 4Paradigm ou 01.AI, detalham também as informações divulgadas. As primeiras aprovações aconteceram logo após a entrada em vigor da medida, em agosto, e validaram modelos de empresas como a Baidu, Alibaba, ou ByteDance, todas elas também empresas chinesas.

A lista completa das empresas com modelos aprovados não é pública, mas fica claro pelos números que, como acontece no resto do mundo, o interesse nesta área é grande e as maiores empresas de tecnologia de cada mercado não querem ficar para trás nesta corrida.

A aprovação prévia de modelos de IA assinala a intenção da China se manter na corrida à liderança dos desenvolvimentos em torno destas tecnologias, sem perder a capacidade de controlar e monitorizar o tipo de informação que estas podem facultar a quem as utiliza. A necessidade de regulação e os aspetos que esta devia visar foram abordados publicamente pelo governo chinês em junho do ano passado, quando foi divulgada a intenção de criar nova legislação local para esta área.

A OpenAI, americana, com os modelos de linguagem que alimentam o ChatGPT, tem sido a grande dinamizadora de uma nova corrida à IA. A tecnologia da empresa e a parceria com a Microsoft, que já investiu milhares de milhões de euros na companhia e tem generalizado os recursos de IA a quase todos os seus produtos, acabaram por aumentar a pressão sobre o resto do mercado.

As restantes big tech americanas também têm investimentos avultados nesta área. Na Europalargas quantidades de fundos redirecionados para apoiar projetos que acelerem a capacidade de desenvolver IA na região e ultima-se um quadro regulatório que tem ambições de se transformar numa referência global para a IA ética.