O metaverso continua a marcar as tendências no mundo da tecnologia, trazendo novas oportunidades, mas também novos desafios. Para Margrethe Vestager, vice-presidente executiva para a Era Digital e responsável pela pasta da concorrência, esta fusão entre mundos virtuais e físicos necessita de um maior escrutínio regulatório.

Durante uma recente conferência, organizada pela Keystone Strategy, Margrethe Vestager deixou claro que está na altura de começar a questionar o que é que pode ser considerado como “concorrência saudável” no metaverso, avança a Reuters.

A vice-presidente executiva para a Era Digital questionou também de que forma é que a competição entre empresas no mundo digital, assim como a popularização de modelos de IA generativa, mudariam as regras do “jogo” e que novas medidas regulatórias são necessárias.

De acordo com Margrethe Vestager, a Comissão Europeia já começou a avançar neste âmbito, seguindo as medidas que têm vindo a ser tomadas em relação aos mercados digitais.

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Recorde-se que, no ano passado, a Lei dos Mercados Digitais (DMA, na sigla em inglês), entrou em vigor, com o objetivo de pôr um fim às práticas desleais das empresas que atuam como gatekeepers, ou intermediárias de conteúdo.

Se uma destas empresas violar as regras estabelecidas pelo regulamento, pode ser alvo de uma multa até 10% do seu volume de negócios total ao nível mundial. Em caso de  reincidência, o valor da multa sobe para 20%.

No que respeita à regulação dos mercados digitais, Margrethe Vestager realçou ainda que “há um debate político mais amplo” que requer atenção. “Penso que todas as jurisdições estão a avançar de uma forma ou de outra”, indicou.

Estamos a avançar a diferentes velocidades. Nós ainda não temos o mesmo enquadramento legal. E talvez isso não seja assim tão mau”, afirmou, acrescentando que tal abre mais oportunidades de aprendizagem mútua e de aperfeiçoamento de ferramentas legislativas.