A especialista de cibersegurança Kaspersky Lab, que recentemente manifestou planos para mudar a sua infraestrutura para a Suíça, elaborou um relatório em parceria com a B2B Internacional sobre os perigos da internet para as crianças, denominado Not logging on, but living on. O estudo analisa os riscos associados ao mundo online e o tempo que as crianças passam na grande rede.

As empresas analisaram 32 países, num total de 21.081 pessoas, divididas entre o sexo masculino e feminino, dos quais 513 oriundos de Portugal. Segundo o estudo, durante um período de 12 meses, 44% dos países enfrentaram, pelo menos uma ciberameaça, mas em Portugal apenas 3% das crianças foram vítimas de perigos relacionados com a internet. Apenas 4% das crianças portuguesas acederam a conteúdos impróprios, face aos 12% dos restantes países, e 3% tiveram problemas com malware e vírus, contra 10% estrangeiros.

Apesar dos valores baixos atribuídos a Portugal, a Kaspersky Lab refere que os pais devem acompanhar os seus filhos, sendo o apoio e a educação prioritários sobre o assunto. O estudo concluí que 40% dos encarregados de educação falam de forma regular e aberta com os seus filhos sobre os perigos online e 28% tentam supervisioná-los quando se ligam à Internet, realçando-lhes as eventuais ameaças que podem encontrar.

A Kaspersky refere no estudo que limitar o tempo que as crianças passam online parece não garantir a sua segurança. A afirmação apoia-se na conclusão de alguns dados relacionados com a utilização da grande rede. Os jovens são cada vez mais dependentes das atividades que podem realizar online, levando a que 40% dos pais se preocupem com a sua utilização: um em cada 10 jovens com menos de 18 anos é viciado. Ainda sobre os pais, 40% sente receio de que as crianças acedam a conteúdos inapropriados ou explícitos e 43% que falem com estranhos.

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O estudo salienta ainda a preocupação dos pais sobre a possibilidade dos mais novos não se conseguirem distanciar do mundo online, com 41% dos progenitores a acreditarem que as ameaças expostas aos seus filhos estão a aumentar. No seguimento destas preocupações, 26% dos adultos aplicaram medidas de restrição sobre o tempo que os filhos passam na internet.

Para a Kaspersky, a educação e a comunicação são aspectos muito importantes para garantir maior segurança às crianças, não bastando restringir o acesso online. Por outro lado, os pais devem recorrer a software de proteção para aumentar as defesas dos dispositivos, não facilitando a exposição aos perigos online.

Na galeria de imagens pode encontrar mais dados relacionados com o estudo, tais como os dispositivos mais utilizados para aceder à internet, o tipo de conteúdos guardados e o tipo de incidentes registados.