Para aqueles que se mostravam incrédulos chega a confirmação: o Google não pretende abandonar o mercado chinês. Por outro lado, cumpre a ameaça anti-censura, transferindo as operações para fora do país.
A decisão do gigante da Internet foi anunciada através do blog da empresa, onde refere que os internautas que tentem aceder ao Google a partir da China serão direccionados para o Google.com.hk, a versão do motor de busca para Hong Kong.
De acordo com o post, passam a ter acesso livre não apenas as pesquisas gerais, mas também o agregador de notícias Google News, e o banco de imagens Google Images. "Deixámos hoje de censurar os nossos serviços de pesquisa Google search, Google News e Google Imagens no site www.google.cn. os internautas que visitem o site serão redirecionados para o site google.com.hk (baseado em Hong Kong) onde são disponibilizados resultados de pesquisa não censurados em chinês simplificado, especialmente concebidos para os utilizadores no continente", anunciou o director do departamento jurídico da Google, David Drummond.
Os responsáveis do Google acreditam que esta nova estratégia de oferecer pesquisa não censurada a partir de Google.com.hk é "uma solução sensata para as questões que temos enfrentado - é completamente legal e vai aumentar significativamente o acesso à informação para as pessoas na China".
Ao mesmo tempo, reconhece-se que a China pode a qualquer momento impedir o acesso ao Google.com.hk, algo que a gigante da Internet gostaria que não acontecesse. "Esperamos que a China respeite a nossa decisão", refere David Drummond.
A contenda entre a Google e a China iniciou-se há cerca de dois meses e meio, com a empresa a acusar Pequim de ser responsável pelas tentativas de intrusão nas contas de e-mail de activistas de direitos humanos que usavam o Gmail, registadas em Dezembro de 2009, e que afectaram outras grandes organizações de várias áreas, sobretudo Internet, finanças, tecnologia e média.
Na altura os responsáveis pelo motor de busca anunciaram que não estavam disponíveis para continuar a censurar resultados no Google.cn e que nas semanas seguintes iriam discutir com o governo chinês uma estratégia alternativa.
Depois de algumas manifestações de força, as possibilidades de entendimento ficaram recentemente comprometidas, com o regulador da Internet chinês a afirmar que o Google teria de cumprir a lei ou "sofrer as consequências".
A par da decisão anti-censura, a número um das buscas anunciou igualmente que irá manter no mercado chinês os departamentos de engenharia e comercial, ou não fosse a China o país com maior número de internautas do mundo.
A empresa criou também uma página, actualizada diariamente, onde é possível ver que serviços estão acessíveis a partir da China.
Nota de redacção: Foi alterada a frase em que se pretendia referir a China como território continental, por oposição ao estatuto de Região Administrativa Especial concedido a Hong Kong.
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