A DECO voltou a avisar os consumidores para o crescente número de burlas e esquemas fraudulentos online que se tentam aproveitar dos receios dos utilizadores em torno da pandemia de COVID-19. Ao longo das últimas semanas marcadas pelo Estado de Emergência em Portugal, a Associação de Defesa do Consumidor identificou “largas centenas de burlas”.

Em declarações à TSF, a DECO indicou que entre os esquemas fraudulentos mais frequentes figuram promessas como a oferta de material de proteção individual, testes gratuitos à COVID-19 e dos descontos nas faturas domésticas. Em destaque estão também os que dão conta de uma suposta angariação de fundos a doentes infetados ou de campanhas de vacinação gratuitas no SNS.

O MB WAY é também para os criminosos uma forma de levar a cabo esquemas fraudulentos em plena pandemia. A DECO afirmou que recebeu múltiplas denúncias de histórias de burlas através da aplicação da SIBS usada por milhões de portugueses. O problema não está na ferramenta de pagamentos e transferências em si, mas sim na falta de conhecimento de quem a usa, explicou a Associação.

Os problemas de segurança associados a plataformas digitais de videochamadas como a Zoom despertaram a atenção da DECO. A entidade lembrou que é necessário ter em conta que dados é que as aplicações recolhem e de que forma o fazem antes de instalá-las e começar efetivamente a usá-las.

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A Associação sublinhou novamente que a melhor “arma” contra os ciber-burlões é mesmo desconfiar. Manter o espírito crítico e analisar cuidadosamente quaisquer mensagens que cheguem por SMS, por email ou através das redes sociais que pareçam boas (ou más) de mais para ser verdade é essencial. Além disso, a DECO recomenda manter a calma, pois os criminosos sabem que, numa situação de incerteza, as pessoas têm tendência a agir de forma mais impulsiva.

Recentemente, em Portugal, surgiu o alerta de que vários contribuintes tinham vindo a receber mensagens de correio eletrónico fraudulentas em nome da Autoridade Tributária. O esquema fraudulento não utilizava a COVID-19 como “isco”, no entanto, surgiu simultaneamente numa altura em que as pessoas prestam mais atenção aos seus dispositivos por estarem mais tempo em casa e em que o prazo de entrega do IRS se aproxima.

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Em tempos de pandemia, o cibercrime aumentou drasticamente. Na Europa, a Europol está a reunir esforços para travar um vasto número de ameaças. Depois de ter eliminado cerca de 2.500 endereços web fraudulentos em apenas uma semana, o Serviço Europeu de Polícia deu a conhecer que, além do aumento de campanhas de phishing ou de ataques com malware, a exploração sexual infantil através da Internet está a aumentar.